O advogado Paulo Cunha Bueno, que atua na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a prisão de Bolsonaro por
“Essa questão da tornozeleira eletrônica é uma tentativa de justificar o injustificável. O presidente Bolsonaro não tinha como se evadir de sua casa. Ele tem uma viatura com agentes federais armados que fica 24 horas na porta de sua residência. A tornozeleira se tornou um símbolo de humilhação”, disse.
Um vídeo divulgado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal na tarde deste sábado (22) mostra a tornozeleira eletrônica do
Durante a gravação do vídeo, o ex-presidente foi questionado sobre as avarias. Bolsonaro disse que tinha utilizado um ferro de solda na tentativa de violar o equipamento. A ação começou no fim da tarde de sexta-feira (21) e foi até a madrugada de sábado (22). “Meti um ferro quente aí. Por curiosidade”, disse Bolsonaro no vídeo.
Bolsonaro violou o uso da tornozeleira eletrônica para fugir, diz Moraes Veja o que diz a decisão de Moraes que pediu a prisão de Bolsonaro Prisão coloca vida de Bolsonaro em risco, diz defesa
O advogado do ex-presidente questionou o tratamento dado a Bolsonaro, que, além do uso de tornozeleira eletrônica,
Bueno também questionou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva do ex-presidente neste sábado (22). “É um indivíduo que compareceu a todos os atos do processo, antes mesmo de ser convocado. Nunca se esquivou de responder a qualquer ato desse famigerado processo”, afirmou.
O advogado também destacou o quadro clínico de Bolsonaro. “É um idoso que padece de problemas graves de saúde. Foi submetido, desde a facada criminosa, a diversas cirurgias de longa duração. É inaceitável que o ex-presidente Fernando Collor de Mello seja mantido em prisão domiciliar e Bolsonaro não”, argumentou.
Prisão de Bolsonaro
Segundo a decisão de Moraes, a prisão preventiva foi decretada porque Jair Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares da prisão domiciliar. O despacho afirma que a
De acordo com informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, o ex-presidente também tentou romper a tornozeleira eletrônica por volta das 00h deste sábado (22).
“A informação consta da intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse Moraes.
Cabe lembrar que essa prisão não se trata da pena da condenação por tentativa de golpe, no qual Bolsonaro recebeu 27 anos e três meses de prisão. É possível que ele fique na PF até segunda-feira (24), quando acaba o prazo dos recursos do julgamento do golpe.
Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que recebeu a decisão com “profunda perplexidade” e que vai recorrer. Os advogados também tentavam que a condenação em regime fechado pela tentativa de golpe fosse revertida em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado por Moraes.
“Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco”, disseram os advogados.