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MPMG ficará de fora da disputa de pedágios no Vetor Norte, diz procurador-geral

Para a Itatiaia, Paulo de Tarso afirmou que a discussão está no “âmbito político” e deve ser feita entre a Assembleia Legislativa e o governo de Minas

O procurador-geral de Minas Gerais, Paulo de Tarso.

Na avaliação do procurador-geral de Minas Gerais, Paulo de Tarso, a discussão em torno da privatização de rodovias do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte é “política” e, por isso, não caberia participação do Ministério Público (MPMG).

Em entrevista à Itatiaia, ele afirmou que ao MPMG cabe apenas “estar vigilante ao cumprimento das leis e da Constituição”, mas que a decisão deve partir do governo do Estado ou ainda da Assembleia Legislativa (ALMG). “O Executivo com a oportunidade, conveniência e todos os requisitos que devem ter o ato administrativo, e a Assembleia no seu papel de também ser um agente fiscalizador deste processo”, afirmou.

Entenda o projeto polêmico

O texto que autoriza a concessão de rodovias estaduais que cortam a Grande BH e a região Central de Minas virou o elemento central de uma polêmica entre o Executivo e o Legislativo por prever a instalação de pedágios em doze trechos.

Um dos pontos estará localizado no trecho entre Belo Horizonte e o Aeroporto Internacional, em Confins.

As outras praças estão previstas nas rodovias que vão até a Serra do Cipó, cerca de 100 km da capital mineira.

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Além da instalação dos pedágios, outro ponto chamou a atenção: os preços.

A proposta do governador Romeu Zema (Novo) estima o valor de R$ 15,50, ida e volta, para quem sai de BH em direção ao aeroporto, por exemplo.

O edital proposto pelo governo prevê que a empresa que vencer a concessão só poderá instalar os pedágios um ano após a assinatura do contrato e depois realizar as primeiras melhorias.

Em reação à proposta, deputados estaduais de diferentes espectros políticos, como PT e PL, se juntaram para proibir a instalação dos pedágios.

TCE suspende edital

Em abril, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) suspendeu a licitação do projeto.

A decisão foi tomada de forma monocrática pelo conselheiro e vice-presidente do TCE, Agostinho Patrus, relator do caso.

Em maio, o Poder Judiciário rejeitou o recurso do governo do Estado e decidiu manter a suspensão do processo de licitação das rodovias do Vetor Norte.

É esperado que, na próxima terça-feira (10), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) realize uma audiência de conciliação entre o governo Zema e o TCE.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.