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Zema defende pedágios na Grande BH e critica PEC em discussão na ALMG: ‘Querem ficar estagnados’

Governador afirmou que projeto protocolado nesta semana por deputados estaduais pode ‘fossilizar’ desenvolvimento de Minas Gerais

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)

O governador Romeu Zema (Novo) criticou, na manhã desta quinta-feira (20), o projeto que está sendo discutido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que proíbe a instalação de pedágios Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Zema defendeu o edital lançado pelo governo de Minas que prevê concessões no Vetor Norte da RMBH.

Na quarta-feira (19), foi protocolada o Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que quer barrar a implantação de pedágios na Grande BH, alcançando 32 assinaturas de deputados de vários partidos, entre eles adversários políticos como Bella Gonçalves (PSOL) e Bruno Engler (PL).

Recado do governador

Nesta quinta-feira (20), em solenidade de posse da nova diretoria da Granbel (Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte), Zema discursou dando recado diretamente aos deputados presentes no evento, que aconteceu no Palácio da Liberdade na região centro sul de BH.

“Estamos diante de um dilema, temos vários prefeitos e deputados presentes. Temos o mundo ideal e o mundo real. O mundo ideal seria o mundo em que não precisaríamos pagar impostos e pedágios. Mas temos o mundo real. Há duas semanas estive no Vale do Aço, para dar início às obras de duplicação da BR-381. Teremos pedágios com a concessão desta via. E as pessoas estão satisfeitas, porque sabem que a região Leste não se desenvolve economicamente sem uma logística confiável. Com essa duplicação, nós vamos resolver o problema. Eu já escutei muito semelhante sobre o Vetor Norte de BH. O que nós queremos é que o Vetor Norte se desenvolva e não que fique estagnado. Quando vou lá escuto reclamação dos prefeitos, que querem mais investimentos. Mas, na hora que escuto os investidores não querem ir e falam: ‘você conhece as estradas lá?’. Nós queremos ficar estagnados ou avançar? Fazer populismo, fossilizar o estado com uma lei que pode ser aprovada ou viabilizar o estado?”, questionou Zema.

Túnel na Serra do Curral?

Zema chegou a exemplificar trazendo uma situação hipotética, afirmando que caso um investidor sugerisse fazer um túnel entre BH e Nova Lima por baixo da Serra do Curral, que fica na divisa dos municípios, possivelmente seria impedido.

“Um exemplo, se amanhã surgir um investidor que fale: ‘Granbel, queremos fazer um túnel que liga BH a Nova Lima, passando embaixo da Serra do Curral’. Não vai poder, porque é proibido cobrar pedágio na Região Metropolitana. Será que é isso que as regiões que deram certo mundo afora fizeram? Já fui em várias que têm viaduto exclusivo para quem quer um trânsito mais rápido. Se não quiser, vai na avenida normal. Temos que dar mais opções e não fossilizar uma cidade, um estado e um país”, disse o governador.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.