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CCJ da ALMG aprova primeiros projetos de adesão de Minas Gerais ao Propag

Dos seis projetos analisados, quatro foram aprovados, um desmembrado e outro temporariamente suspensos

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nesta segunda-feira (26), os primeiros projetos enviados pelo governo de Romeu Zema (Novo) que permitem a adesão do estado ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados com a União (Propag).

Uma das propostas, no entanto, precisou ser desmembrada. Ao analisar a autorização para que o Estado, por meio do Poder Executivo, aderisse ao Propag, o relator da CCJ, deputado Doorgal Andrada (PRD), recomendou que o trecho referente ao teto de gastos — incluído originalmente no projeto — fosse apresentado separadamente, na forma de um Projeto de Lei Complementar.

Com isso, o texto original foi aprovado na forma de um substitutivo, que autoriza a adesão de Minas ao programa, mas sem o conteúdo retirado.

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Além disso, das sete emendas apresentadas pelo deputado Lucas Lasmar (Rede) ao texto, seis foram rejeitadas, incluindo propostas que previam garantias à saúde, educação, servidores e transparência na execução do Propag.

A única aprovada foi a Emenda nº 7, apresentada por Lasmar e pelo deputado Jean Freire, que obriga o Executivo a enviar à Assembleia um relatório com todas as informações relativas ao pedido de adesão ao Propag e ao encerramento do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), no prazo de até 30 dias.

Outro projeto, que autoriza o Poder Executivo a transferir para a União os bens imóveis de propriedade do Estado, suas autarquias e fundações públicas, para fins de pagamento da dívida, foi baixado em diligência após um requerimento de Lasmar e Jean Freire (PT), pedindo a lista dos imóveis. Na prática, isso significa que a tramitação foi temporariamente suspensa para serem feitas verificações, esclarecimentos ou complementações de informações.

Nós temos que deixar claro, o governador Zema se intitula vítima de uma dívida herdada, mas ele é autor dessa dívida. A dívida aumentou em 50% no seu governo. Em seis anos se diz ter conseguido equacionar as dívidas e as contas públicas, o que não é verdade. A gente vê é uma negligência da dívida e agora ele quer empurrar essa dívida para outros governos. Nós não vamos dar um cheque em branco para que ele possa dar os patrimônios dos mineiros sem transparência. Nós queremos saber quais são os imóveis para podermos votar com tranquilidade aqui na ALMG”.
— disse Lasmar.

Veja os outros projetos que passaram pela CCJ:

  • Autoriza o Estado, por intermédio do Poder Executivo, a aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados — aprovado na forma do Substitutivo n° 1.
  • Autoriza o Poder Executivo a transferir para a União os créditos oriundos da compensação financeira entre o Regime Próprio de Previdência Social e o Regime Geral de Previdência Social, para fins de pagamento da dívida — aprovado
  • Autoriza o Estado a realizar a cessão onerosa de direitos originados de créditos tributários e não tributários e dá outras providências — aprovado na forma de Substitutivo.
  • Autoriza o Poder Executivo a transferir para a União os bens imóveis de propriedade do Estado, suas autarquias e fundações públicas, para fins de pagamento da dívida — baixado em diligência.
  • Autoriza o Poder Executivo a transferir, para a União ou para entidade por ela controlada, a participação societária do Estado na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e dá outras providências — aprovado.
  • Autoriza o Poder Executivo a transferir, para a União ou para entidade por ela controlada, a participação societária do Estado na Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e dá outras providências — aprovado.

Os outros projetos do pacote Propag devem chegar à CCJ “em breve”, mas, segundo o relator, ainda sem data marcada. “Conversei com os deputados, pedindo que debatessem, sim, discutissem, apresentassem seus requerimentos, mas que somente naquilo que fosse muito pertinente, porque nós temos prazo para aprovar esses projetos e o governo possa aderir ao programa”.

Minas Gerais tem até 31 de dezembro para aderir ao programa que oferece condições diferenciadas para renegociação da dívida, que atualmente é de R$ 165 bilhões.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.