Ouvindo...

Fraude no INSS: ministro nega omissão e defende fim de desconto automático na folha

Carlos Lupi é ouvido nesta terça-feira na Comissão de Previdência Social da Câmara

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), defendeu nesta terça-feira (29) a prisão dos envolvidos no esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e negou ter se omitido na investigação sobre o caso.

“Quem tem a verdade como instrumento de vida, não teme nada. Quem fez errado, que a polícia prove e que vá para a cadeia. Nós não estamos aqui para acobertar ninguém que tenha roubado dinheiro do nosso aposentado e pensionista”, afirmou Lupi durante audiência na Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara.

Segundo o ministro, a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), que descobriu o desvio de R$ 6,3 bilhões dos salários de aposentados e pensionistas do INSS, teve início com uma auditoria no órgão determinada durante sua gestão.

“Todas essas iniciativas estão registradas, são públicas, foram nossas e nunca tinham sido feitas anteriormente dentro da Previdência Social”, destacou.

Um dos envolvidos no esquema era o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, demitido na última quarta-feira (23) após a revelação da fraude. Questionado por deputados sobre o que motivou sua indicação, Carlos Lupi afirmou que ele se mostrou qualificado para o cargo e seguiu a “intuição”.

“Vendo o preparo, vendo o currículo, vendo a estrutura, e a empatia que tive, porque sabe que a vida é assim, a gente acerta e erra, mas a gente trabalha, eu trabalho muito com a empatia, com a intuição, com a sensibilidade, repito, eu sou um humanista, eu nomeei o doutor Stefanutto, por isso. Eu assumo todos os meus atos, foi um ato meu, ninguém me indicou”, declarou.

Lupi defendeu ainda o fim dos descontos automáticos na folha de contribuições dos aposentados para coibir as fraudes. Segundo ele, o INSS não tem que intermediar as relações entre os trabalhadores e as associações.

“Não vejo solução do INSS ser intermediário de uma relação entre partes. É minha opinião. O que o INSS tem que fazer como intermediário dessa relação? Ora, se eu sou uma entidade representativa, eu busco testar serviço, busco aposentado e faço a cobrança diária com ele, faz um boleto, faz um Pix”, disse.

Leia também

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.