Flávio Bolsonaro tenta usar recuo dos EUA para pressionar Senado a votar anistia

Parlamentar afirma que aprovação no Senado levaria EUA a retirar sobretaxas sobre produtos brasileiros

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

O senador e pré-candidato à presidência da República Flávio Bolsonaro, publicou uma mensagem associando o recuo americano a um suposto movimento de “anistia” no país, amarrando o episódio à fala recentes do presidente Donald Trump. A decisão dos Estados Unidos de retirar Alexandre de Moraes, a esposa dele e a empresa da família da lista de sanções trouxe reações imediatas da oposição.

Segundo Flávio, o posicionamento de Trump, que chamou a retirada das sanções de um “primeiro passo”, seria um gesto “gigantesco pela anistia no Brasil”. O senador afirmou que o republicano apontou o “início de um caminho” para que as relações entre Brasil e Estados Unidos “voltem à normalidade democrática” e para encerrar o que ele classificou como “excessos praticados por Alexandre de Moraes”.

A fala do senador, porém, ignora que a retirada das sanções foi apresentada pelo Departamento do Tesouro como uma revisão técnica, não como um gesto político bilateral e sem vinculação a mudanças internas no Brasil.

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Mesmo assim, Flávio Bolsonaro aproveitou o episódio para aumentar a pressão sobre o Senado. Ele afirmou que a Casa deve votar “na semana que vem” o projeto de lei da anistia, chamado de PL da dosimetria, que beneficia condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente na superintendência da Polícia Federal. E foi além: disse não ter dúvidas de que, caso o texto seja aprovado, os Estados Unidos “retirarão totalmente as sobretaxas dos produtos brasileiros exportados para lá”. Não há, até agora, qualquer confirmação oficial dos EUA sobre esse vínculo.

“A bola está com a gente”, escreveu o senador.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.

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