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Governo agiu após detectar irregularidades em descontos no INSS, diz relatório

A partir da apuração interna, governo afirma que tomou medidas para conter os danos aos aposentados e pensionistas

Escândalo no INSS revelado pela PF mostra prejuízos de R$ 6,3 bilhões aos aposentados

Um relatório de apuração produzido em setembro de 2024 revelou que o governo já tinha conhecimento de irregularidades em descontos associativos aplicados a benefícios previdenciários do INSS. A partir da apuração interna, o governo afirma que tomou medidas para conter os danos aos aposentados e pensionistas, rebatendo críticas de omissão.

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De acordo com o documento, mais de 7,6 milhões de beneficiários foram impactados, gerando um prejuízo estimado em R$ 3,07 bilhões entre janeiro de 2023 e maio de 2024.

A auditoria identificou que 54,56% dos descontos realizados não tinham documentação que comprovasse a autorização dos beneficiários, em desacordo com a legislação. Também foram encontrados desbloqueios em lote, que permitiram descontos sem a anuência individual dos segurados.

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O relatório destaca ainda que entidades que já haviam sido punidas por práticas irregulares voltaram a firmar novos acordos sem comprovação de ajustes. Documentos internos mostram que, em 2020 e 2021, a Divisão de Gerenciamento de Acordos de Cooperação (DGACO) havia alertado sobre os riscos de novos contratos com a ABRAPPS, entidade investigada por descontos não autorizados. Apesar dos alertas e pareceres contrários, um novo acordo foi firmado em outubro de 2021.

Embora a maioria dos acordos questionados tenha sido assinada entre 1994 e 2022, a atual gestão afirma ter adotado medidas corretivas a partir de 2024. Entre as ações estão a suspensão de novos acordos, exigência de assinatura eletrônica com biometria para formalização de novos contratos e a ampliação dos canais de cancelamento de descontos via aplicativo Meu INSS e Central 135.

Segundo dados oficiais, entre janeiro de 2023 e abril de 2025, foram cancelados mais de 2,3 milhões de descontos associativos — a maior parte identificada como indevida. Em 2024, mais de 1,5 milhão de mensalidades foram excluídas.

Outras iniciativas incluem a reprogramação da Central 135 para permitir bloqueio imediato de descontos não reconhecidos e a implantação de comando de voz no Meu INSS para facilitar o acesso de aposentados e pensionistas a serviços digitais.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.