Novo conselheiro do TCE-MG cita frustração por não ter legalizado jogo do bicho

Em entrevista à Itatiaia, Alencar da Silveira Jr. falou sobre sua atuação, em mais de três décadas de Assembleia Legislativa, para regulamentar o jogo

Alencar da Silveira Jr. foi o convidado do Dia a Dia da Política Entrevista nesta segunda-feira (15)

Novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), Alencar da Silveira Jr. afirmou que uma de suas frustrações após quase quatro décadas de vida pública é não ter conseguido avançar com o debate da legalização do jogo do bicho. Em entrevista à jornalista e colunista de política da Itatiaia, Bertha Maakaroun, o ex-deputado estadual defendeu a regulamentação dessa modalidade de apostas.

Questionado sobre as críticas recebidas ao longo de seus oito mandatos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pela relação com o jogo do bicho, Alencar negou que tenha atuado diretamente na loteria ilegal, mas que conhece os atores envolvidos na contravenção e trabalhou publicamente pela legalização de sua atividade.

“Uma das frustrações que eu tenho na minha vida pública é não ter conseguido a legalização do jogo no Brasil. Eu saí de um programa de rádio, a primeira emissora que eu trabalhei foi aqui na Itatiaia, meu pai trouxe o programa ‘Num poste de rua’ e depois teve que parar por causa da proibição. Depois nós voltamos e tivemos a maior audiência do rádio mineiro [...] Sempre lutei pela legalização do jogo. Eu nunca fui banqueiro, nunca fui cambista. Meu pai também não, meu pai é jornalista e radialista e sempre viveu do rádio e com o propósito da legalização”, destacou o deputado na entrevista veiculada nesta segunda-feira (15).

Alencar destaca um programa iniciado por seu pai na década de 1950 que, dentre outras atrações, anunciava o resultado dos sorteios das bancas do jogo do bicho em Minas Gerais.

Originado no fim do século XIX, o jogo do bicho surgiu como uma tentativa do Barão João Batista Viana Drummond como forma de arrecadar fundos para o zoológico do Rio de Janeiro, em crise financeira. A modalidade de loteria foi considerada contravenção na década de 1940, durante a ditadura do Estado Novo, comandada por Getúlio Vargas.

Ainda na entrevista à Itatiaia, o mais novo conselheiro do TCE-MG reiterou sua defesa de que o jogo seja legalizado como uma forma de aumentar a arrecadação fiscal e garantir direitos para as pessoas que trabalham na atividade.

“Sempre lutei pela legalização, para o cambista ser reconhecido como o trabalhador que é, para o banqueiro pagar imposto e dar uma condição melhor para o trabalhador do jogo do bicho”, concluiu.

Alencar chega ao TCE-MG após 37 anos ocupando cargos eletivos. Em 1988 ele se tornou o vereador mais jovem da história de Belo Horizonte. Em 1994 iniciou sua trajetória como deputado estadual na Assembleia Legislativa, sendo reeleito consecutivamente em todos os pleitos desde então. Desde 2009, o ex-parlamentar também ocupou, em diferentes funções, cargos na diretoria do América Futebol Clube.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Jornalista, doutora em Ciência Política e pesquisadora

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