O Secretário de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral, foi afastado do cargo nesta quinta-feira (3) por ordem do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). O afastamento ocorre no âmbito da terceira fase da Operação Overclean, que investiga um esquema de desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro relacionados a emendas parlamentares e convênios.
Nesta terceira fase da operação, a Polícia Federal cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte, Salvador (BA), São Paulo (SP) e Aracaju (SE). Durante as buscas, agentes encontraram na casa dólares, euros, joias e relógios guardados em um cofre na casa de Barral. Os itens foram apreendidos.
Barral assumiu a Secretaria de Educação de Belo Horizonte há um ano. Ele é um dos alvos da Operação Overclean, conduzida pela PF em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). O esquema investigado teria sido responsável por desvios estimados em R$ 1,4 bilhão. Inicialmente, os crimes investigados não teriam relação com a atuação de Bruno no executivo municipal.
Em nota, a prefeitura de Belo Horizonte informou que A PBH foi notificada da decisão do STF e irá cumpri-la.
Em entrevista nesta quinta-feira, o prefeito Álvaro Damião (União) esclareceu que o processo está relacionado a atos da Prefeitura de Salvador, na Bahia,
Como funcionava o esquema
Segundo a Polícia Federal, os recursos eram destinados ao Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), mas teriam sido desviados por meio de fraudes licitatórias e obras superfaturadas.
Entre os investigados está o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, que teria atuado junto a políticos para destravar contratos públicos. Moura foi preso na primeira fase da operação, em dezembro do ano passado.
A segunda fase da operação, também realizada em dezembro de 2024, levou à prisão preventiva de quatro pessoas, incluindo um policial federal e políticos locais. O caso corre sob sigilo, imposto pelo ministro Nunes Marques em fevereiro deste ano.