O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do governo usaram as redes sociais para relembrar o dia 31 de março de 1964, quando foi instaurada a ditadura militar no Brasil a partir de um golpe de estado. Além de destacar a importância da democracia, membros do governo aproveitaram a data para condenar a proposta de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.
Oficialmente, o governo federal não agendou nenhum evento em alusão a data. Porém, nas redes sociais, Lula ressaltou que “hoje é dia de lembrarmos da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher seus líderes”. O presidente enfatizou que o Brasil vive há 40 anos sob um regime democrático, fortalecido pela Constituição de 1988, e afirmou que esse caminho deve ser seguido “sem nunca retroceder”.
Ainda na internet, ministros do Lula aproveitaram os 61 anos do golpe de estado para condenar a tentativa de golpe julgada pelo Supremo Tribunal Federal envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi o caso da ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), que criticou a ideia de anistia para os envolvidos nos ataques promovidos no dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
"É importante recordar esse período nos dias de hoje, em que estão sendo levados a julgamento os comandantes de uma nova tentativa de golpe, incluindo um ex-presidente da República tornado réu”, disse. “A responsabilização penal dos golpistas, na vigência plena do estado de direito e das garantias constitucionais que tentaram abolir, é um dever histórico em defesa da democracia, hoje e para sempre”, completou.
O ministro Rui Costa (Casa Civil) destacou a necessidade de relembrar o golpe para evitar que a história se repita. “Ditadura nunca mais. Democracia sempre. Sem anistia”, declarou. Já o ministro Luiz Marinho (Trabalho) classificou o regime militar como um período de “torturas, assassinatos, desaparecimentos e impunidade”.
O golpe militar de 1964 começou em 31 de março, com uma rebelião liderada pelo general Olímpio Mourão Filho, que culminou na deposição do presidente João Goulart e no início de um período de 21 anos de regime ditatorial no país.