O senador Carlos Viana (Podemos-MG) vai solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como
‘Careca do INSS’, para que ele seja ouvido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os esquemas de fraudes e descontos indevidos nas aposentadorias de trabalhadores brasileiros.
Antônio Carlos foi preso nesta sexta-feira (12) em uma operação da Polícia Federal que também cumpriu mandado de prisão contra o
empresário Maurício Camisotti. Ambos são apontados como operadores centrais no esquema de fraudes e foram convocados para depor na CPMI.
Viana preside a comissão que, desde o fim de agosto, reúne deputados federais e senadores para ouvir testemunhas e suspeitos de participação no esquema que desvia bilhões de reais das contas de aposentados há quase duas décadas.
Já pedi ao ministro André Mendonça e à advocacia do Senado para que os dois presos sejam conduzidos à CPMI na próxima segunda e na próxima quinta para que vocês acompanhem pela televisão e pela imprensa o que eles têm a dizer. Eles tem muitas explicações a dar a todos os brasileiros.
Carlos Viana, senador e presidente da CPMI do INSS
Figura central nas investigações sobre o escândalo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a presença de Antônio Carlos na CPMI foi requerida por 14 parlamentares. Além de Viana, que preside a comissão, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da investigação, solicitou a presença do ‘Careca’ nas sessões.
Operação Cambota
O Careca do INSS e Camisotti foram presos na Operação Cambota, da PF. Os trabalhos são um desdobramento da
Operação Sem Desconto, deflagrada em abril e responsável por revelar detalhes das engrenagens do esquema que realiza descontos indevidos e não autorizados em aposentadorias por todo o país.Antônio Carlos, o Careca do INSS, é apontado como mediador entre os controladores do esquema e os sindicatos e as associações que descontam, mensalmente, pequenas quantias de centenas de milhares de aposentados. De acordo com a PF, pessoas ligadas ao suspeito receberam mais de R$ 53 milhões em movimentações orquestradas por ele.
O empresário Maurício Camisotti é apontado como um sócio oculto de uma das organizações que se beneficiaram dos desvios no INSS.