Ouvindo...

Deputados de oposição a Zema abrem representação para barrar Luísa Barreto na Codemge

Parlamentares alegam que nomeação da ex-secretária viola a Lei das Estatais, já que ela disputou as eleições municipais em 2024

Luísa Barreto deixou a Seplag em fevereiro deste ano.

Deputados do bloco de oposição da Assembleia Legislativa (ALMG) protocolaram no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) um pedido para barrar a nomeação de Luísa Barreto (Novo) à presidência da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge).

Segundo o deputado estadual Professor Cleiton (PV), o grupo entende que houve um “desrespeito” à Lei das Estatais. O trecho especifico, usado como argumento dos parlamentares, veda a indicação, para Conselho de Administração e diretoria, qualquer pessoa que tenha atuado nos últimos trinta e seis meses como participante de “estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral”.

No ano passado, a ex-secretária de Estado de Planejamento e Gestão foi anunciada como pré-candidata do Novo à prefeitura de Belo Horizonte, mas desistiu da candidatura para concorrer ao cargo de vice-prefeita na chapa de Mauro Tramonte (Republicanos). Os dois terminaram a disputa em terceiro lugar, ficando de fora do segundo turno.

Leia também

Em fevereiro deste ano, o governo de Minas Gerais anunciou a saída de Barreto da Seplag para assumir a Codemge.

Na época, com a nomeação já questionada pela oposição, a gestão de Romeu Zema (Novo) rebateu dizendo que como a ex-secretária pleiteou o cargo de vice-prefeita nas eleições, o impedimento iria valer dentro da esfera municipal, mas não se estenderia a empresas que estão sob administração do Estado ou da União.

A oposição, no entanto, rebate dizendo que Luísa também estaria desrespeitando uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a pauta. De acordo com Professor Cleiton, a ex-secretária usou como argumento um voto do ministro Gilmar Mendes, que implicava nesse limite entre as eleições municipais e gerais. “O Supremo derrotou esse voto e exigiu nos dois incisos da Lei das Estatais que o mesmo seja cumprido”, afirmou.

Ainda segundo o parlamentar, a denúncia do bloco não é “pessoal”, mas sim uma contestação ao “descumprimento de uma lei”. “Por várias vezes, o governo Zema questionou, inclusive, algumas nomeações que aconteceram em âmbito federal”, disse o deputado.

A Itatiaia procurou o TCE-MG que afirmou que o pedido foi entregue na terça-feira (18) ao presidente Durval Ângelo. No momento, a representação está em análise de admissibilidade. Se aceita, será autuada e distribuída a um conselheiro-relator.

A reportagem também procurou o governo de Minas Gerais para comentar o pedido, mas, até o momento, não tivemos retorno.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.
Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.