O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desempenhou um papel central no plano de tentativa de golpe de Estado, liderando e articulando ações com o objetivo de permanecer no poder mesmo após a derrota nas eleições. É o que diz a Procuradoria-Geral da República (PGR) em denúncia apresentada nesta terça-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Confira os principais papeis desempenhados pelo ex-presidente, segundo a PGR:
- Liderança e articulação: Bolsonaro é apontado como o líder da organização que visava “não deixar o Poder, ou a ele retornar, pela força”. Ele teria articulado ações com o objetivo de contrariar o resultado das urnas.
- Disseminação de narrativas golpistas: Transmissões ao vivo e discursos públicos de Bolsonaro eram utilizados para atacar o sistema eletrônico de votação e incitar seus apoiadores contra os poderes constituídos. O objetivo era deslegitimar o processo eleitoral e criar um clima de revolta que justificasse uma intervenção.
- Planejamento e conhecimento de ações: Bolsonaro anuiu ao plano de ataque às instituições, conhecido como “Punhal Verde Amarelo”. O plano envolvia a “neutralização” do Supremo Tribunal Federal e até a morte de Alexandre de Moraes e de Lula.
- Pressão sobre as Forças Armadas: O grupo de Bolsonaro atuou para pressionar o comandante do Exército e o alto comando, buscando apoio para ações de força. Um general teria se comprometido a posicionar o Exército para consumar o golpe caso Bolsonaro assinasse um ato formal de rebeldia contra a ordem constitucional.
- Utilização da máquina pública: Bolsonaro é acusado de usar a máquina pública para interferir no processo eleitoral e assegurar sua permanência no poder. Isso incluiu o uso das forças de segurança para dificultar a votação de eleitores do candidato da oposição.
- Incentivo a manifestações: Bolsonaro teria deliberadamente estimulado a expectativa da população de uma intervenção das Forças Armadas, incentivando os protestos em frente aos quartéis.
- Discussão e ajustes de decretos golpistas: Bolsonaro participou de reuniões para discutir e ajustar o texto de decretos que visavam romper com as estruturas democráticas.