A federalização de companhias estatais mineiras está no radar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A proposta consta no Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), cuja adesão ainda é estudada pelo governo de Minas Gerais.
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O texto, costurado entre o Congresso Nacional e o Ministério da Fazenda, permite que parte das dívidas dos estados com a União sejam abatidas com a transferências de empresas e imóveis para a União. No caso específico de Minas Gerais, a proposta foi desenhada para que o governo federal pudesse assumir o controle de companhias como a Cemig, a Copasa e a Codemge.
Nesta quarta-feira (05), em entrevista à Itatiaia, o presidente Lula admitiu o interesse na companhia, mas negou a intenção de que ela possa ser vendida ou concedida à iniciativa privada. Para ilustrar o caso, Lula relembrou o episódio de 1999, quando o ex-governador mineiro, Itamar Franco, colocou a Polícia Militar à postos na sede da Cemig e do Palácio da Liberdade - então sede administrativa do governo de Minas Gerais - para impedir que a companhia fosse privatizada pelo governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Se a Cemig é uma coisa muito importante para o povo mineiro, que fizesse com que o Itamar colocasse a polícia do estado perto da Cemig para não permitir a privatização, você acha que eu vou assumir a responsabilidade de adquirir a empresa para privatizá-la. Não, não vou”, negou Lula.
“Se é para privatizá-la, que o governo a venda e a privatize, mas eu não vou fazer isso. E tem outras empresas que a gente pode fazer, mas nós queremos estudar cada empresa e caso por caso”, avaliou Lula, que admitiu ter interesse na federalização das empresas mineiras.
Para que a transferência de competências seja concluída, o governador Romeu Zema (Novo) ainda precisa fazer a adesão ao plano. Acontece que Zema ainda espera articular, no Congresso Nacional,