O ano letivo começa em fevereiro e vai ser diferente para os quase 2 mil alunos da Rede Municipal da cidade de Carmo do Rio Claro, no Sul de minas.
Como a Itatiaia vem acompanhando, um decreto publicado no início deste ano proíbe a execução de canções do gênero musical funk nos ambientes escolares da cidade, distante cerca de 360 quilômetros de Belo Horizonte.
O município tem 21 mil habitantes e 90% apoiam a proibição, segundo o prefeito Filipe Carielo, do PSD.
“Foi uma decisão bem tranquila, 90% da cidade aprovou, inclusive o corpo de professores. Talvez dois ou três foram contra, de centenas de professores que temos. A democracia é assim, não vamos ter nunca uma decisão unânime, mas que visa chamar atenção da sociedade para nos atentarmos ao conteúdo que são levados para a escola. É uma decisão convicta de que é o melhor para nossos alunos”, conta o prefeito.
O prefeito da cidade do Sul de Minas explica como pretende fiscalizar o cumprimento desta norma nas escolas municipais.
“No decreto que editei proibindo funk nas escolas, determino que professores, supervisores e diretores devem estar empenhados em fazer cumprir esse decreto. Qualquer profissional da educação pode reportar o descumprimento deste decreto. Se eles verem que estão sendo tocadas músicas inapropriadas, eles devem reportar. As medidas serão duras, o servidor que descumprir pode levar advertência ou até uma exoneração”, afirma.
Críticos apontam preconceito
Pessoas contrárias à decisão da prefeitura de Carmo do Rio Claro alegam que o funk não é o único gênero musical a usar letras fortes e com conotação sexual.
Sertanejo, rock, rap e até algumas composições da MPB são outros gêneros musicais onde estas letras estão presentes. Proibir apenas o funk seria uma forma de preconceito contra um estilo musical geralmente associado à regiões periféricas das cidades.
Carielo rebate as críticas e diz que não houve qualquer tipo de preconceito em relação ao seu decreto que proibiu o funk nas escolas.
“Não só em Carmo do Rio Claro, temos uma polarização grande, pessoas que querem lacrar nas redes, para isso elas trazem argumentos fantasiosos. Quando forçam a barra dizendo que é racismo ou preconceito, não tem nada a ver com isso. Temos o congado e a folia de reis que são apoiadas pela prefeitura, de origem afro. A questão é um estilo inapropriado para crianças e adolescentes. Não quero exterminar o funk, mas a criança não tem a capacidade de escolher e cada ambiente deve ter a música apropriada”, diz o prefeito.