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Anel Rodoviário: veja mudanças planejadas pela prefeitura de BH para transformar trecho em avenida da capital

Transferência da gestão do Anel para a prefeitura de BH deve ser assinada no início do ano que vem; obras em viadutos podem ter definição ainda este ano

Anel Rodoviário se tornou há décadas principal gargalo da Região Metropolitana de BH

A prefeitura de Belo Horizonte deu início nos últimos dias às primeiras análises sobre como será sua gestão no Anel Rodoviário e já estuda ações para reduzir o número de acidentes e mortes no trecho.

No início deste mês, o governo federal anunciou que vai atender ao pedido do prefeito Fuad Noman (PSD) para a municipalização do Anel. A assinatura da transferência da gestão para a prefeitura de BH deve acontecer no início de 2025.

Até a assinatura da municipalização, no entanto, a PBH espera confirmar o convênio junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) que vai liberar R$ 62 milhões para as primeiras obras no Anel.

Os projetos tratam das interseções do Anel com a BR-040 (na saída para Brasília) e no cruzamento da Via Expressa, próximo à Arena MRV, o estádio do Galo.

Mudanças na via

Entre as mudanças que devem acontecer no Anel Rodoviário com a municipalização e que já estão sendo estudadas pela prefeitura de Belo Horizonte estão a criação de faixas exclusivas para caminhões, com fiscalização para evitar que veículos pesados se misturem com carros, a construção de uma ou duas novas áreas de escape, e a redução da velocidade na via, que passaria dos atuais 80km/h para 70km/h ou 60km/h (limites que ainda estão sendo estudados).

Na semana passada, o prefeito Fuad Noman se reuniu com vários secretários para discutir as primeiras ações do Executivo municipal ao assumir a gestão da via.

O plano da PBH é que a nova Secretaria Municipal de Mobilidade terá uma diretoria responsável exclusivamente pelo Anel Rodoviário. Com a gestão municipal, a ideia é adaptar o trecho em uma avenida da capital mineira, com um trânsito mais controlado e com menos acidentes.

Aumento de mortes

Em 2024, o número de mortes em acidentes no Anel Rodoviário de BH até o final de outubro superou o total de mortes em todo o ano de 2023. Segundo os dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, 31 pessoas morreram no Anel até o final do mês passado, já no ano passado, foram 29 mortes.

Ainda de acordo com a Secretaria de Justiça, nos últimos 10 anos, foram mais de 242 mortes no Anel de BH.

Rodoanel levará tempo para sair do papel

O governo de Minas aposta na construção do Rodoanel Metropolitano de BH como solução para reduzir os acidentes no Anel. No entanto, a nova via de quase 100 quilômetros que vai ligar os municípios da Região metropolitana e desviar o trânsito do Anel, tem o início das obras previstas para o segundo semestre de 2025 e levará de três a quatro anos para começar a ter trechos entregues.

Veja mais: Obras do Rodoanel, uma das maiores na Grande BH, tem expectativa de início para julho de 2025; veja detalhes

Segundo Celso Paes, diretor presidente do Rodoanel BH S.A., os projetos de licenciamentos ambientais estão em fase avançada junto à Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e os primeiros projetos executivos devem ficar prontos no início de 2025.

“Estamos atuando em três frentes: primeiro com o projeto executivo. Segundo o licenciamento ambiental, já protocolado em fevereiro deste ano e a Feam tem um prazo de um ano para avaliar, estamos trabalhando para ter o início das obras no segundo semestre do ano que vem. A previsão é de concluir todos os nove trechos até o final de 2028. A terceira frente, das desapropriações, já levantamos todos os cadastros dentro do projeto, pode ser que tenha alguma modificação com o projeto executivo, mas assim que tiver finalizado o projeto vamos avançar com as desapropriações”, explicou Paes.

Segundo Paes, a obra do Rodoanel de BH está dividida em nove trechos, que atravessam oito cidades da Região Metropolitana. A empresa pretende iniciar as obras no segundo semestre de 2025, priorizando lugares onde os projetos estão mais avançados e exigirão menor impacto social e ambiental.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.