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Câmara aprova projeto para destravar execução das emendas e texto vai à sanção

Os deputados analisaram as modificações feitas pelo Senado e seguiram o entendimento do relator, Elmar Nascimento (União-BA), em rejeitar quatro pontos alterados pela Casa revisora

O plenário da Câmara dos Deputados durante sessão deliberativa nesta terça

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (19), em votação simbólica, o projeto de lei que estabelece novas regras para a execução das emendas parlamentares. Agora, o texto segue para sanção presidencial.

Com a aprovação da proposta, a expectativa do Congresso é que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), desbloqueie a execução das emendas. Os repasses foram suspensos pelo magistrado até que o Legislativo criasse regras que garantissem transparência e rastreabilidade para os recursos.

Os deputados analisaram as modificações feitas pelo Senado e seguiram o entendimento do relator, Elmar Nascimento (União-BA), em rejeitar quatro pontos alterados pela Casa revisora.

Um deles foi o aumento de oito para dez o número de emendas que podem ser apresentadas pelas bancadas estaduais, ou seja, recursos que são indicados conjuntamente pelos deputados e senadores de uma mesma unidade federativa.

Segundo Elmar, essa ampliação “poderia ser interpretada como uma extrapolação dos termos acordados com os outros Poderes”.

O deputado também rejeitou a retirada da obrigatoriedade de que metade das emendas de comissão – que são apresentadas pelos colegiados temáticos do Congresso – sejam destinadas para ações e serviços públicos de saúde.

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Para o relator, essa exclusão “vai no sentido contrário do inegável mérito e da crescente demanda de recursos para aprimoramento e expansão” da área.

Outro ponto restabelecido pelos deputados foi a preferência de que as emendas “Pix” sejam destinadas para obras inacabadas que tenham sido iniciadas a partir da verba indicada pelo mesmo parlamentar.

Elmar argumentou que ampliação para todas os projetos inacabados independente do autor, como propôs o Senado, diminuía “o compromisso assumido por cada parlamentar de dar continuidade às obras iniciadas por emendas de sua autoria”.

Por fim, o relator também rejeitou a previsão de que os órgãos responsáveis pela fiscalização e controle dessas transferências especiais pudessem pedir adequações nos planos de trabalho apresentados pelos beneficiários das emendas em caso de inconsistências.

O deputado baiano afirmou que essas alterações devem considerar apenas os critérios definidos pelos ministérios responsáveis pelas políticas públicas, “sem prejuízo da atuação posterior dos órgãos de controle”.


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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.