O governo de Minas pode enfrentar, nesta semana, mais dificuldades para aprovar o
Nesta semana, a rotina no parlamento mineiro será ainda mais reduzida. Em 2024,
Casamento marcado
A folga do feriado não é o que está mais animando os deputados. Uma das palavras mais faladas nos cafezinhos do parlamento desde a semana passada é “casamento”. Com o feriado, a primeira solução para o governo Zema seria concentrar a votação na quinta-feira. O “evento matrimonial”, no entanto, promete esvaziar o parlamento mineiro.
De família tradicional na política, o deputado Doorgal Andrada (PRD) irá se casar no sábado, em Trancoso, na Bahia. Apesar de o evento ser no final de semana, os deputados prometem emendar o feriado. Interlocutores disseram à reportagem que há vários deputados querendo fechar a semana de folga.
Assessores confidenciaram à Itatiaia que vários parlamentares querem aproveitar o “casamento” para emendar uma viagem de quase - ou até - uma semana inteira com a família. Há deputados com passagens aéreas compradas para quarta e quinta-feira.
Os deputados devem demonstrar resistência em cancelar a viagem programada com antecedência com os familiares para votar o projeto na quinta-feira, caso seja desejo do governo.
Dia alternativo de votação e ligações para deputados
Com o feriado e a viagem dos parlamentares, o governo poderia arriscar em chamar os deputados para votar o PL nesta segunda-feira (18) ou amanhã, terça (19). Fontes no parlamento afirmam que as chances são remotas de votações importantes ocorrerem nesta semana.
Se o governo quiser arriscar votar o PL nesta semana, a liderança de governo vai precisar apostar em ligações particulares para confirmar as presenças individualmente neste dia atípico de votação. De uns tempos pra cá, em um acordo entre base e oposição, os deputados têm optado por concentrar as votações importantes às quartas-feiras.
Sem base no plenário
Na quarta-feira da semana passada, após cinco horas de manobras dos deputados da oposição,
A oposição passou praticamente todo o dia utilizando instrumentos regimentais que garantem direito à fala. A intenção era obstruir, ou seja, atrasar ou tentar impedir a votação. A sessão poderia seguir até as 19h59 da noite. No entanto, por volta das 19h, o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), surpreendeu vários parlamentares e encerrou a sessão sem o projeto ser votado.
A Itatiaia ouviu líderes da base governista que disseram que a oposição deu sinais de que continuaria com a obstrução até o final da sessão para impedir a votação.
A oposição disse, nos corredores do parlamento, que o governo sofreu uma derrota simbólica ao não votar o projeto. A base governista nega e garante que estava mobilizada em número suficiente para votar o projeto. Segundo eles, a sessão só foi encerrada antecipadamente e a oposição deu sinais que continuaria com a obstrução até o final da reunião. Líderes governistas garantem que a votação só foi adiada, mas ressaltam que o projeto do Ipsemg será aprovado em plenário.
O projeto
Na prática, o projeto 2.238/24, de autoria do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), eleva os valores mínimo e máximo descontados no contracheque dos servidores que desejam ter acesso à assistência médica, hospitalar, farmacêutica e odontológica do Instituto dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
O governo disse à Itatiaia que a atual contribuição dos servidores não é suficiente para manter os serviços oferecidos pelo Ipsemg. A gestão Zema diz que o instituto está com as contas no vermelho e próximas do colapso.
Procurados, líderes governistas não quiseram gravar entrevistas, mas garantiram que a base terá solidez para aprovar o projeto.