Após cinco horas de manobras dos deputados da oposição para impedir a votação do projeto do Ipsemg, a quarta-feira terminou sem o projeto ser aprovado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A oposição passou os períodos da tarde e noite utilizando instrumentos regimentais que garantem direito à fala. A intenção era obstruir, ou seja, atrasar ou tentar impedir a votação. A sessão poderia seguir até as 19h59 da noite. No entanto, por volta das 19h, o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), surpreendeu vários parlamentares e encerrou a sessão sem o projeto ser votado.
A Itatiaia ouviu líderes da base governista que disseram que a oposição deu sinais que continuaria com a obstrução até o final da sessão para impedir a votação.
A oposição afirma que o governo sofreu uma derrota simbólica ao não votar o projeto. A base governista nega e garante que estava mobilizada em número suficiente para votar o projeto. Segundo eles, a sessão só foi encerrada antecipadamente e a oposição deu sinais que continuaria com a obstrução até o final da reunião. Líderes governistas garantem que a votação só foi adiada, mas ressaltam que o projeto do Ipsemg será aprovado em plenário.
Na prática, o projeto 2.238/24, de autoria do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), eleva os valores mínimo e máximo descontados no contracheque dos servidores que desejam ter acesso à assistência médica, hospitalar, farmacêutica e odontológica do Instituto dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). O governo disse à Itatiaia que a atual contribuição dos servidores não é suficiente para manter os serviços oferecidos pelo Ipsemg. A gestão Zema diz que o instituto está com as contas no vermelho e próximas do colapso.
A deputada de oposição, Lohana França (PV), concorda com alguns pontos destacados pelo governo, mas reforça que o projeto de Zema tem graves problemas. “Usa-se um argumento muito justo, que é o argumento fiscal, mas aproveita-se para passar um projeto que, no fim do dia, é sobre o fim do Ipsemg”, diz.
Procurados, líderes governistas não quiseram gravar entrevistas, mas garantiram que a base terá solidez para aprovar o projeto.
Os bastidores e próximos passos do Ipsemg
Uma reunião ordinária está marcada para esta quinta-feira. No entanto, por causa dos compromissos de deputados nas bases no interior de Minas, a sessão não deve ter quórum, a presença mínima de deputados em plenário. Com isso, a votação deve ficar para semana que vem.