A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL) é a primeira mulher indígena a se tornar doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Ela defendeu nesta quarta-feira (30), no departamento de Antropologia, a tese “Ancestraliterra - Sabedoria indígena na política e na universidade”, em que propõe uma integração entre os saberes tradicionais indígenas e o conhecimento acadêmico.
A escritora e poeta Conceição Evaristo fez parte da banca avaliadora.
A pesquisa de Célia reforça os conceitos de “corpo e território” como interdependentes, e traz a ideia de “mulheres-semente”, como parteiras e benzedeiras, pioneiras na produção de saberes tradicionais. Para Célia, essas figuras representam o elo entre o conhecimento ancestral e a ciência.
A tese da deputada também incorpora sua luta política e cultural, com a valorização do Cerrado e do pequi, símbolo de respeito à natureza e contraste com a exploração predatória.
Ela defende que academia e política são extensões de seu território, onde pretende deixar um legado de resistência indígena.
“Eu sou a primeira, mas não serei a última”, declarou.
Por enquanto, a tese ainda não está disponível ao público.