A rede social ‘X’ fez uma atualização no aplicativo na madrugada desta quarta-feira (18) que possibilitou driblar o bloqueio judicial aplicado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A nova estratégia de Elon Musk foi confirmada pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).
Segundo a Abrint, o X usava IPs específicos que foram bloqueados. Com a atualização, o X passou a usar IPs vinculados a um serviço chamado CloudFlare, que mudam constantemente e são usados também por bancos, órgãos de governo e grandes plataformas. Por isso, seria impossível bloquear o X sem causar prejuízo a estas redes.
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“O aplicativo X foi atualizado (...) durante a noite, o que resultou em uma mudança significativa em sua estrutura”. Essa mudança “torna o bloqueio muito mais complicado”, informou a Abrint. No perfil do ‘X’, o CEO da rede social, Elon Musk - que têm feito constantes provocações a Moraes - ironizou a situação adaptando uma frase do escritor britânico Arthur C. Clarke. “Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia”, escreveu o bilionário.
Outra provocação de Musk pode ser lida na descrição do aplicativo nas lojas digitais postada ontem: “Fizemos melhorias e resolvemos bugs para aprimorar o X para você". Veja abaixo:
O antigo Twitter voltou a ser acessado no Brasil nesta quarta (18) por conta das mudanças aplicadas por Musk. A plataforma havia sido suspensa em 30 de agosto pelo STF por descumprir ordens judiciais, não pagar multa de R$ 18 milhões e se recusar a apontar representante legal no Brasil.
Veja as informações divulgadas pela Abrint:
O que aconteceu com o aplicativo X?
O aplicativo X foi atualizado há aproximadamente 15 horas, durante a noite, o que resultou em uma mudança significativa em sua estrutura. Os usuários que tinham o aplicativo instalado em seus celulares receberam uma atualização automática, e o novo software começou a operar de maneira diferente, agora utilizando endereços de IP vinculados ao serviço Cloudflare.
Por que essa mudança no aplicativo X é relevante?
A mudança para o Cloudflare torna o bloqueio do aplicativo muito mais complicado. Diferente do sistema anterior, que usava IPs específicos e passíveis de bloqueio, o novo sistema faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente. Muitos desses IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet, tornando impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços.
O que é o Cloudflare e por que ele está sendo usado?
Cloudflare é um proxy reverso em nuvem, utilizado por empresas para proteger e melhorar a performance de seus serviços online. No caso do X, a utilização do Cloudflare permitiu uma resistência mais eficiente contra os bloqueios, já que os IPs estão constantemente mudando e sendo compartilhados por diversos serviços, dificultando uma ação direta de bloqueio por parte dos provedores de internet.
Como isso impacta os provedores de internet?
Os provedores de internet estão em uma posição delicada. De acordo com a ABRINT, os provedores não podem tomar ações por conta própria sem uma orientação oficial da Anatel, pois um bloqueio equivocado poderia afetar empresas legítimas. Dessa forma, estão aguardando uma análise técnica e instruções da Anatel para decidir quais medidas serão tomadas.
Qual a dificuldade em bloquear o Cloudflare?
A principal dificuldade em bloquear o Cloudflare está no fato de que ele funciona como um proxy reverso, com IPs que mudam frequentemente. Bloquear o Cloudflare significaria bloquear não apenas o X, mas também uma série de outros serviços que dependem dessa infraestrutura, o que poderia afetar negativamente a internet como um todo.
Quais são as próximas etapas?
A ABRINT continuará acompanhando as análises da Anatel e mantendo seus associados informados sobre qualquer novidade. Os provedores regionais, que representam mais de 50% do mercado de fibra óptica no Brasil, aguardam com expectativa as orientações que deverão surgir nos próximos dias para entender como proceder em relação ao X.