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Dívida de MG com a União: pedido por mais prazo para pagamento entra em fila do plantão do STF

Corte está em recesso até 31 de julho, 11 dias além do prazo final estipulado para o início do pagamento

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema

O novo pedido de adiamento do início do pagamento da dívida de Minas Gerais com a União entrou na fila do plantão do Supremo Tribunal Federal (STF) — e isso pode representar um risco para o novo pedido feito pelo governador Romeu Zema (Novo).

O prazo final dado para o início do pagamento da dívida é 20 de julho. O STF está em regime de plantão até 31 de julho. Zema quer uma nova extensão, considerando duas datas possíveis: (1) a regulamentação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) — que teve ideia apresentada nesta terça pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); ou (2) a data do julgamento da ação sobre a prorrogação do pagamento das parcelas da dívida mineira no STF, que está marcado para 28 de agosto.

O ministro relator do caso, Kassio Nunes Marques, interrompeu suas atividades em virtude do recesso do Judiciário. Com a ausência dele, o pedido foi remetido nesta quarta (10) ao vice-presidente do STF, ministro Edson Fachin, que está no plantão.

Fachin fica no plantão do STF até 16 de julho. Se até lá ele não tomar uma decisão, o novo pedido deverá ser analisado pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso. Se mesmo depois do dia 31 de julho não houver uma decisão, o pedido volta para o relator — mas isso já fora do prazo de 20 de julho.

A Advocacia-Geral da União (AGU) deve pedir ao STF que Minas Gerais retome, de imediato, o pagamento da dívida do Estado com a União. Fontes da área jurídica do governo federal consultadas pela Itatiaia confirmaram, inclusive, que Romeu Zema já estaria ciente da decisão.

Conforme as fontes consultadas pela reportagem, a AGU informou claramente ao governo de Minas Gerais, em audiência concedida ao vice-governador do estado na semana passada, seu entendimento de que, com o término do prazo de 90 dias concedido por meio de medida liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), Minas deveria iniciar imediatamente o pagamento da dívida que possui com a União.

Ainda conforme a apuração, a alegação do secretário de Estado governo, Gustavo Valadares, de que a AGU estaria “sumida”, seria inverídica. “Não há, como tenta fazer crer representante do governo estadual por meio de declarações inverídicas à imprensa, demora ou “sumiço” por parte da AGU junto ao Estado, mas exatamente o contrário”, diz interlocutor.

Proposta de Pacheco
Nesta terça, o presidente do Congresso apresentou o projeto de lei complementar que propõe uma solução para o pagamento das dívidas bilionárias que os estados brasileiros contraíram com a União. O desejo de Pacheco é aprová-lo antes do início do recesso marcado para começar no próximo dia 18 de julho.

A proposta do senador mineiro prevê redução do indexador da dívida, reduzindo substancialmente os juros — que podem cair dos atuais 4% para 2%, valor que seria ainda revertido para investimentos nos próprios estados. O texto ainda inclui a possibilidade da entrega de ativos dos estados à União como meio para redução do valor final da dívida — Minas Gerais, por exemplo, poderia ceder a Codemig e outras empresas públicas.

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É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.