A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou que ainda não foi notificada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ou pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre a denúncia dos organizadores da Stock Car BH contra o
A denúncia foi apresentada nesta segunda-feira (8), como revelou a Itatiaia, a partir de um estudo encomendado pela própria organização da prova. Em nota encaminhada à reportagem, a universidade diz que está à disposição para prestar os esclarecimentos, quando for acionada pelas autoridades competentes.
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No posicionamento, a UFMG diz que chama atenção o fato dos organizadores fazerem esta denúncia, após a Advocacia Geral da União (AGU) e o Ministério Público Federal (MPF) entrarem com ações contra “ilegalidades, irregularidades e não conformidades” da organização da corrida de rua em Belo Horizonte.
A UFMG classifica a denúncia registrada contra a própria universidade e a reitora Sandra Regina Goulart como uma “tentativa de intimidação” e que seguirá firme defendendo os valores da instituição, sem temer, o que a UFMG, classifica como supostas coações travestidas de peça com verniz jurídico.
Corte de árvores na UFMG
Os organizadores da Stock Car BH denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público Estadual (MPMG) que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cortou 5 mil árvores sem comprovar compensações ambientais e florestais nos últimos 22 anos. Segundo a denúncia, apenas na gestão da atual reitora Sandra Regina Goulart, que está no segundo mandato, teria ocorrido o corte de quase 1.000 árvores nessas condições. A denúncia foi protocolada nesta segunda-feira (8).
A ação da Stock Car BH é uma resposta a outros três processos, conduzidos pela UFMG e associações de moradores que tentam barrar a realização da corrida de rua, alegando também o
Como medida para compensar as mais de 5 mil retiradas de árvores, o estudo técnico, feito a pedido dos organizadores da prova, aponta que a universidade teria de plantar ao menos dez mil árvores, mas o plantio não consta nos sistemas de comprovações da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O laudo diz, ainda, que a UFMG plantou árvores exóticas em algumas áreas do campus Pampulha, espécies que não fazem parte do bioma da Mata Atlântica, prática considerada irregular por especialistas ambientais.
O laudo é assinado por nove peritos ambientais. São três engenheiros ambientais, dois engenheiros florestais, um advogado especialista em direito ambiental, um engenheiro de agricultura, um geógrafo e um biólogo. O estudo foi feito pela Geoline Engenharia LTDA e fundamentado em fotos feitas por meio de aerolevantamento, fotos em solo, imagens do sistema do Google, mapeamento por GPS, medições específicas e levantamentos documentais.
Confira o posicionamento da UFMG
“A respeito da suposta denúncia dos organizadores da Stock Car BH contra a Universidade Federal de Minas Gerais e sua Reitora, a UFMG esclarece que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a instalação de qualquer procedimento. Como instituição pública que cumpre com suas obrigações e tem forte compromisso social, permanece à disposição para prestar os esclarecimentos sobre suas ações, sempre que solicitados pelas autoridades competentes.
No entanto, chama a atenção o fato de que, logo após a propositura de ações pela Advocacia Geral da União e pelo Ministério Público Federal contra as ilegalidades, irregularidades e não conformidades da corrida em Belo Horizonte, a Universidade tenha recebido, por meio da imprensa, a notícia de ter sido dirigido ao Ministério Público um pedido de apuração contra a UFMG e sua Reitora.
O requerimento desvela a índole de seus artífices e denota uma tentativa de intimidação, característica daqueles que não sabem lidar com divergências e frequentemente não medem os meios para atingir os fins. Cortinas de fumaça não dispersarão o debate legítimo sobre a inconveniência da realização da prova nas imediações do Campus da Universidade. Na iminência da celebração do centenário da UFMG, a Instituição é mais uma vez chamada a defender seus valores e, nesse sentido, seguirá altiva sem temer supostas coações, ainda que travestidas de peça com verniz jurídico”.