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Comércio comemora e UFMG questiona impactos da Stock Car em BH

Belo Horizonte sediará circuito de rua da prova de automobilismo no entorno do Mineirão pelos próximos cinco anos

Belo Horizonte sediará circuito de rua da prova de automobilismo no entorno do Mineirão pelos próximos cinco anos

Considerada a principal categoria do automobilismo da América do Sul, a Stock Car vai garantir visibilidade nacional e internacional para Belo Horizonte. A avaliação é da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), entidade que representa o comércio da capital mineira. A Prefeitura de BH (PBH) afirma que a prova vai injetar R$ 200 milhões na economia da cidade apenas com a edição prevista para ocorrer em agosto deste ano. Nos cinco anos em que a competição será realizada na capital mineira, o Executivo municipal estima a movimentação de R$ 1 bilhão na economia da cidade. Além da prova em si, serão três dias de shows e atrações gastronômicas no complexo que vai abrigar o festival que receberá a Stock Car. Segundo as estimativas, serão gerados cerca de 2 mil empregos, entre diretos e indiretos.

O presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, afirma que boa parte deste recurso irá parar no comércio de Belo Horizonte. Setores como turismo, hotelaria, bares e restaurantes estão otimistas com a realização do evento.

“A expectativa é maravilhosa. Nós estamos colocando Belo Horizonte no mapa do circuito automobilístico mundial, com transmissão para vários países. Poderemos mostrar a Pampulha, toda a nossa cidade, que é acolhedora, nossa gastronomia. Então, esse evento vem agregar a outros grandes eventos. Nós temos o Réveillon, o Natal, fizemos um grande Carnaval, teremos a Semana Santa... então, é isso, a cidade sempre se preparando para receber bem e, nesse caso, turistas especializados, que gostam do automobilismo e que vem para consumir, usar os hoteis, deixar nossa economia pujante como sempre”, espera.

Além dos tradicionais bares e restaurantes na orla da Lagoa da Pampulha, a CDL e o Sebrae estão se articulando para incluir também os micro e pequenos comerciantes nas vendas em torno do evento. “A gente está conversando com os organizadores da corrida para que a CDL, junto com Sebrae, possa preparar micro e pequenos empreendedores que estão ali no entorno, mas também de toda a região metropolitana, que possam ter proveito melhor com suas vendas com o evento aqui no mês de agosto. Antecipadamente a gente prepara esses vendedores para que, dias antes e até depois possam tirar esse proveito”, diz Souza e Silva.

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Conselho autorizou corte de árvores

Na semana passada, por 10 votos a dois, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) autorizou o corte de 73 árvores no entorno do Mineirão. A prefeitura diz que os cortes são necessários para garantir mais segurança aos competidores. Para compensar, o Executivo municipal promete plantar quase 500 árvores em BH.

A prefeitura afirma que, como contrapartida, será construído pelos organizadores um sistema de tratamento acústico para evitar que os ruídos provocados pelos veículos não incomodem os moradores e os animais que ficam no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Em entrevista à Itatiaia, a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart, confirmou que foi procurada pelos organizadores da prova, que apresentaram as contrapartidas que serão feitas no entorno do Mineirão. A reitora diz que está preocupada com os impactos que podem ser gerados pela prova.

“Ainda restam muitas dúvidas. Primeiro, qual é a viabilidade de se construir essa barreira acústica, qual a altura? Isso é algo que a empresa está avaliando, mas que nós também teremos que avaliar com nossos engenheiros, nossa comunidade, se é algo possível de ser feito ou não. Ainda estamos tratando de algo hipotético. Além disso, como mencionei, não é o único impacto que teremos. É um dos mais graves, sem dúvida nenhuma, mas teremos outros impactos que, para nós, são igualmente importantes e têm que ser avaliados. Estamos falando de uma comunidade de 60 mil pessoas, maior do que muita cidade, e que vai causar, sem dúvida nenhuma, impacto enorme a realização desse evento, em termos de acesso, desconforto, meio ambiente, impacto na vida dos animais e no deslocamento de quem tem que ir para a universidade”, contrapõe.

Além do tratamento acústico e do plantio de novas árvores, a prova terá carbono neutro. Várias medidas serão implantadas para compensar os gases gerados pelos veículos durante os treinos e a prova.
Em caso de acidentes entre os veículos ou vazamentos, os organizadores vão utilizar a mesma tecnologia utilizada na Fórmula 1 para evitar qualquer tipo de dano ao solo. Os promotores do evento e a prefeitura garantem que vão respeitar as boas práticas ambientais praticadas internacionalmente pelo automobilismo para conseguir as demais licenças necessárias para realização da corrida em BH.

A prova está agendada para o dia 18 de Agosto. Segundo a prefeitura, a etapa de BH será transmitida para 150 países.

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Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.
Tem mais de 27 anos de experiência jornalística, como gestor de empresas de comunicação em Minas Gerais. Já foi editor-chefe e apresentador de alguns dos principais telejornais do Estado em emissoras como Record, Band e Alterosa, além de repórter de rede nacional. Foi editor-chefe do Jornal Metro e também trabalhou como assessor de imprensa no Senado Federal, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e no Sesc-MG. Na Itatiaia, onde está desde abril de 2023, André é repórter multimídia e apresentador.