A maioria dos integrantes da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) rejeitou, nesta terça-feira (28), emendas que autorizavam o governo do estado a ampliar o reajuste salarial de 3,62% proposto aos servidores públicos do estado.
Apesar da rejeição, emendas como a que permitiria aumento de 4,62% podem ser novamente
A comissão analisou mais de 50 emendas ao projeto de reajuste. Os 4,62% propostos – e rejeitados – dizem respeito à inflação final do ano passado. Deputados tentaram, ainda, viabilizar majoração de 5,79% nos vencimentos, em índice correspondente à inflação de 2022.
Paralelamente, uma terceira emenda foi apresentada, sugerindo aumento de 10,67%, calculados por meio de fórmula que considerou os índices inflacionários dos anos passado e retrasado.
O cunho autorizativo das emendas que ampliam o reajuste faz com que, em caso de aprovação, o governo de Romeu Zema (Novo) tenha de enviar novo projeto para complementar os 3,62%.
A deputada Beatriz Cerqueira (PT), integrante da coalizão de oposição a Zema, defendeu as emendas.
“Esse é o momento em que se discute a questão salarial do servidor. Depois desse projeto, não haverá outra oportunidade, porque o projeto precisa ser de iniciativa do Executivo. A gente não pode ficar calado, sentado, esperando essa estratégia do governo, que não dialoga sequer com nenhuma inflação, ser aprovada aqui sem nenhuma disputa”, disse.
O deputado João Magalhães (MDB), líder de Zema na Assembleia, afirmou que vai comentar a questão a respeito dos reajustes após a sessão plenária desta quarta.
Segurança promete pressão
Em meio à rejeição das emendas, servidores da segurança pública prometem pressionar os deputados nesta quarta em prol de ampliação do aumento salarial.
Segundo o deputado Sargento Rodrigues (PL), não há vedação legal para que o governo conceda a recomposição das perdas inflacionárias.
“Estou apostando que os deputados terão a sensibilidade necessária para, pelo menos, aprovar a inflação de 2022 e 2023”, apontou.
Segundo ele, caso Zema não acate uma eventual majoracao do reajuste, pode haver “reação em cadeia” dos servidores da segurança, com protestos e diminuição do ritmo de trabalho.