Ouvindo...

FGTS não poderá ser usado no Reforma Casa Brasil, esclarece governo

Programa oferece crédito para reformas a partir de 3 de novembro com juros reduzidos e análise digital pela Caixa

Ministro das Cidades Jader Filho fala sobre o Reforma Casa Brasil

O ministro das Cidades, Jader Filho, confirmou nesta segunda-feira (20) que o FGTS não poderá ser utilizado para pagar parcelas ou complementar o financiamento dentro do Reforma Casa Brasil, novo programa habitacional voltado a famílias de baixa e média renda que desejam reformar ou ampliar suas casas.

O esclarecimento foi feito durante coletiva de imprensa em Brasília, após questionamento de jornalistas sobre a possibilidade de o trabalhador usar o saldo do Fundo de Garantia como apoio ao crédito.

“O FGTS não poderá ser utilizado nessa linha de crédito”, afirmou Jader Filho.

Crédito começa em novembro

O programa entra em operação no dia 3 de novembro, com R$ 40 bilhões em crédito já disponíveis para a Caixa Econômica Federal realizar os empréstimos. Os interessados poderão solicitar o financiamento nas agências da Caixa, nos pontos Caixa Tem e também de forma digital, por meio de uma plataforma que será lançada nesta terça-feira (21) com todas as orientações sobre o processo.

“Não há divisão regional. A partir de 3 de novembro, o cidadão poderá procurar a agência da Caixa, apresentar a proposta da obra e, após análise de crédito, o valor será liberado”, explicou o ministro.

Como funciona o programa

Para pedir o crédito, o morador deve apresentar um projeto básico da reforma, com fotos do imóvel e a descrição dos serviços que pretende realizar. Após aprovação da análise de crédito, o valor é liberado e, quando a obra for concluída, o beneficiário deve comprovar a execução para validar o financiamento.

Os recursos virão de duas fontes principais:

  • R$ 30 bilhões do Fundo Social, voltados às famílias das faixas 1 e 2, de menor renda;
  • O restante será de recursos próprios da Caixa, destinados à faixa 3, que abrange rendas mais altas.

Faixas de renda e condições

O programa foi dividido em três faixas de renda:

  • Faixa 1: até R$ 2.640 mensais;
  • Faixa 2: até R$ 4.400;
  • Faixa 3: até R$ 8.000.

Nas duas primeiras faixas, o crédito terá juros reduzidos e sem exigência de garantia real. Já na faixa 3, os valores poderão chegar a até 50% do valor do imóvel oferecido como garantia.

Na faixa 1 e 2, o crédito será social, sem garantias e com juros menores. Na faixa 3, haverá análise patrimonial e limite proporcional ao valor do imóvel”, detalhou Guilherme Melo, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

Leia também

Operação digital e subsídios

Segundo a Caixa, o processo será totalmente digitalizado e contará com subsídios do Fundo Social, usados como funding — ou seja, como base financeira que viabiliza empréstimos mais baratos.

“Usamos o Fundo Social como base para os empréstimos, que serão devolvidos ao fundo com taxas ajustadas socialmente”, afirmou o secretário.

Expectativa de alcance

A previsão do governo é que milhares de famílias acessem o programa já nas primeiras semanas de funcionamento. Os recursos previstos devem cobrir operações até o fim de 2026, com expectativa de aquecimento da construção civil e geração de empregos locais.

“Nosso objetivo é facilitar a vida de quem quer reformar sua casa, com crédito acessível, juros baixos e menos burocracia”, concluiu Jader Filho.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.