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Qdenga: entenda porque cidades grandes não vão receber a vacina contra a dengue

Ministério da Saúde detalhou nesta semana critérios de distribuição da vacina contra a dengue

Ministra da Saúde, Nísia Trindade, apresentou estratégia de distribuição da Qdenga nessa semana

Vinte e dois municípios de Minas Gerais constam na lista de 521 cidades brasileiras escolhidas pelo Ministério da Saúde para receber as doses da Qdenga que chegarão ao Brasil até novembro. O imunizante contra a dengue começa a ser distribuído neste mês de fevereiro para crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos, também por decisão da pasta chefiada pela ministra Nísia Trindade. A definição dos municípios que receberão a Qdenga partiu de uma orientação técnica, segundo detalhou o ministério na última quinta-feira (25).

As cidades escolhidas, entre elas Belo Horizonte, atendem a uma lista de critérios colocados pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), do Ministério da Saúde. Os municípios que distribuirão a Qdenga para a população têm:

  • Grande porte com população igual ou maior que 100 mil habitantes;
  • Alta transmissão de dengue nos últimos 10 anos;
  • Predominância do sorotipo dois da dengue;
  • Maior número de casos no monitoramento 2023/2024;

Quinhentas e vinte e uma cidades de 16 estados e do Distrito Federal cumprem os quatro requisitos determinados pela CTAI. As seguintes cidades mineiras receberão doses da Qdenga:

  1. Antônio Dias;
  2. Belo Horizonte;
  3. Belo Vale;
  4. Caeté;
  5. Coronel Fabriciano;
  6. Córrego Novo;
  7. Dionísio;
  8. Jaboticatubas;
  9. Jaguaraçu;
  10. Marliéria;
  11. Moeda;
  12. Nova Lima;
  13. Nova União;
  14. Pingo-d-Água;
  15. Raposos;
  16. Ribeirão das Neves;
  17. Rio Acima;
  18. Sabará;
  19. Santa Luzia;
  20. Santa Maria de Itabira;
  21. Taquaraçu de Minas;
  22. Timóteo.
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Por que crianças e adolescentes vão receber a vacina contra a dengue?

O laboratório japonês Takeda, responsável pela produção da Qdenga, não indica a aplicação da vacina em pessoas maiores de 60 anos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também não liberou o imunizante para o público da terceira idade. A indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a Qdenga seja preferencialmente aplicada entre crianças de 6 a 16 anos.

A partir da faixa etária sugerida, a CTAI definiu que as crianças e os adolescentes de 10 a 14 anos serão prioridade na vacinação no Brasil. A faixa em questão concentra o maior número de internações por dengue depois dos idosos.

Uma dose é suficiente? Não. Cada criança ou adolescente receberá duas doses da Qdenga para conseguir a imunidade contra a dengue. As doses serão aplicadas com intervalo de três meses, segundo o Ministério da Saúde.

Brasil não comprou doses para toda a população? Mentira. O laboratório Takeda informou ao governo brasileiro que não dispõe de capacidade de produção suficiente para atender à demanda de toda a população. Até dezembro, o Takeda se comprometeu a entregar 6,3 milhões de doses da vacina para o Ministério da Saúde, que serão suficientes para imunizar cerca de 3 milhões de crianças. “Se o laboratório conseguisse produzir vacinas suficientes para distribuirmos para a população inteira, nós compraríamos”, disse Hisham Mohamad Hamida, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.