Frente à previsão de um novo recorde de diagnósticos de dengue no Brasil, o Ministério da Saúde recebeu, nesse sábado (20), 750 mil doses da Qdenga — o imunizante contra a doença foi incorporado pelo Sistema Único de Saúde em dezembro. O laboratório fabricante doou 1,3 milhão de doses ao Brasil, que adquiriu a quantidade máxima que o grupo produzirá neste ano, cerca de 5 milhões. O volume não será suficiente para proteger toda a população brasileira, e o Ministério da Saúde detalhará, nos próximos dias, a estratégia de vacinação.
Na segunda-feira passada (15), a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) do Ministério da Saúde indicou que as crianças e os adolescentes com idades entre 6 e 16 anos terão prioridade. A decisão segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que orienta prioridade para crianças maiores de quatro anos e de adultos com até 60 anos. Agora, o ministério precisará decidir como as doses serão distribuídas para os estados. A vacinação deve começar em fevereiro.
Fabricada pelo laboratório Takeda, a Qdenga, nome recebido pela vacina contra a dengue, terá distribuição limitada no Brasil. Inicialmente, o laboratório fornecerá apenas cera de 6 milhões de doses ao Brasil em 2024, dada a baixa capacidade de produção do imunizante. Assim, o Governo Federal será obrigado a escalonar a aplicação das doses. Outro fator que diminui o alcance da vacina é que serão necessárias duas doses para garantir a proteção individual; ou seja, as 6 milhões de doses servirão para proteger cerca de 3 milhões de pessoas. Além de limitar o grupo que receberá a Qdenga, o Ministério da Saúde também deve escolher algumas regiões do país que serão contempladas em detrimento de outras.
O que já se sabe sobre a aplicação da Qdenga no Brasil em 2024
Depois da reunião do último dia 15, o Ministério da Saúde acordou que as vacinas serão destinadas aos municípios com alta transmissão de dengue nos últimos dez anos e com população igual ou maior a 100 mil habitantes. O público-alvo, em 2024, serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que, segundo o Ministério da Saúde, são os que mais sofrem com complicações da doença — depois dos idosos; para eles, a Anvisa não autorizou a aplicação da vacina por ausência de testes nessa população.
Alerta. O Ministério da Saúde e o InfoDengue, da Fiocruz, calculam uma explosão de diagnósticos da doença no Brasil em 2024. O número pode chegar a 5 milhões. Essa projeção se deve à previsão climatológica para o ano e o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil, e há risco de epidemia principalmente em Minas Gerais, no Espírito Santo e no Paraná.
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