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Fuad se reúne com Zema e prazo para obras de despoluição da Lagoa da Pampulha pode ser reduzido

Prefeito de BH tratou do assunto com o governador em meio à crise com a Câmara Municipal por CPI da Pampulha

Fuad foi até a Cidade Administrativa para se reunir com Zema sobre cronograma de despoluição da Lagoa da Pampulha

Em meio a mais um imbróglio com a Câmara Municipal de Belo Horizonte - dessa vez sobre a Lagoa da Pampulha - o prefeito Fuad Noman (PSD) se reuniu com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) para discutir o cronograma das obras da Copasa para eliminar o lançamento de esgoto no espelho d'água. A reunião ocorreu na Cidade Administrativa, sede do governo estadual.

De acordo com a prefeitura, tanto o Executivo estadual como a concessionária concordaram em reduzir de cinco para três anos o prazo para acabar com o principal foco de poluição da Lagoa. De acordo com a Copasa, 25% das obras previstas para a realização de ligação de casas com a rede de esgotamento sanitário foram realizadas até o momento.

“O objetivo nosso é retirar 100% do esgoto in natura da Lagoa da Pampulha e, com isso, ter um padrão de uso muito mais adequado. E a Copasa está trabalhando nisso, fiquei muito feliz com a resposta”, disse o prefeito.

A Copasa, por sua vez, teria concordado em reduzir o prazo para a conclusão das obras. No entanto, para que isso saia do papel, a prefeitura terá que fazer sua parte, como a desapropriação de imóveis e outras contrapartidas.

Em março deste ano, o Tribunal de Justiça homologou um acordo realizado entre as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e a Companhia para acabar com lançamento de esgoto clandestino na Lagoa da Pampulha. Ao todo, 7 mil imóveis em Contagem e outros 2,8 mil na capital mineira estão em situação irregular. Após a reunião desta terça, portanto, o problema estará resolvido até março de 2026.

Na reunião, a Copasa

Lagoa da Pampulha e a crise com a Câmara de BH

A reunião entre Fuad e Zema para tratar da poluição da Lagoa da Pampulha ocorre em mais um momento de tensão entre o prefeito e a Câmara Municipal. Na última semana, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no fim do ano passado para investigar os contratos da prefeitura com empresas responsáveis pelas obras de despoluição da Lagoa terminou “em pizza”, sem a aprovação de um relatório.

Com a ausência de um resultado, o presidente da Câmara, vereador Gabriel Azevedo (sem partido) disparou contra o secretário municipal de Governo, Josué Valadão - que havia sido citado em um relatório que foi derrotado na CPI. Sem uma conclusão de fato, o parlamentar reuniu 14 assinaturas para abrir uma nova CPI, com o mesmo objetivo.

Nesta terça-feira (18), a Prefeitura de BH anunciou, por meio da Procuradoria-Geral do Município, ter acionado a Justiça a fim de evitar a instalação da nova comissão.

A prefeitura argumenta, na ação, que os pedidos de abertura de uma nova investigação são os mesmos da anterior e que os fatos já foram examinados. Uma reportagem da Itatiaia mostrou que 90% do texto dos dois requerimentos são idênticos.

“Instaurar nova CPI com finalidade exclusiva de tentar aprovar, a partir de nova composição da comissão, relatório anteriormente rejeitado revela-se como abuso da prerrogativa conferida constitucionalmente ao Poder Legislativo”, diz a ação da prefeitura, cujo argumento foi rebatido por Azevedo.

“O Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Vereador Gabriel (sem partido), estranha a preocupação desproporcional e todo o esforço empreendido pela Prefeitura para impedir as investigações. A sede do Poder Executivo fica assim a exalar um cheio mais podre do que as partes mais fétidas no nosso mal tratado cartão postal”, finaliza a nota.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.