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Governo de Minas tem 4 votos no STF para dar andamento a Regime de Recuperação Fiscal

Julgamento termina na próxima sexta-feira (30); Zema se reuniu com ministros nos últimos dias para convencê-los a votar a favor de liminar

Romeu Zema se reuniu com ministros do STF em meio a julgamento decisivo sobre Regime de Recuperação Fiscal

Quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já se manifestaram a favor de uma liminar do ministro Nunes Marques que permite que o Governo de Minas negocie a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) sem que haja autorização da Assembleia Legislativa.

Além do relator do caso, Nunes Marques, votaram a favor do Governo de Minas os ministros Edson Fachin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Os três se reuniram, nos últimos dias com o governador mineiro, Romeu Zema (Novo), que fez uma “romaria” nos corredores do STF para tentar convencer os ministros sobre a necessidade da aprovação da medida.

Veja mais: Zema se reúne com ministros do STF para garantir autorização para Regime de Recuperação Fiscal

Para formar maioria em favor do governo estadual, ainda faltam os votos de ao menos dois ministros. Ainda não se manifestaram: Rosa Weber, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Alexandre de Moraes e Luiz Fux.

O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu, na última sexta-feira (23), prazo para que os 10 ministros se posicionem sobre a liminar. O prazo termina nesta sexta-feira (30).

O Regime de Recuperação Fiscal é defendido pela gestão de Romeu Zema desde seu primeiro ano de mandato como caminho para alcançar o equilíbrio das contas públicas. Caso a adesão ao plano seja formalizada, o Governo de Minas ganhará prazo maior para pagar as dívidas com a União, que hoje estão na casa dos R$ 160 bilhões.

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Entrave na Assembleia

Um projeto de lei para que o estado tenha permissão para negociar o Regime de Recuperação Fiscal junto ao governo federal foi enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 2019, mas nunca foi votado.

Na última legislatura, a proposta tramitou em regime de urgência por dois períodos, mas sequer foi colocado em votação no plenário pelo então presidente do Legislativo estadual, Agostinho Patrus (PSD).

Por conta disso, o governo de Zema entrou com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), alegando que a Assembleia se omitiu em avaliar o projeto e pedindo para que o acordo pudesse ser feito junto ao governo federal mesmo sem autorização legislativa. Em decisão monocrática, o ministro Nunes Marques deu ganho de causa à gestão Zema - e é a validade desta liminar que está em jogo no julgamento do STF.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.