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Marco Feliciano diz que Deltan é alvo de ‘vingança’ e dá conselho a ex-colega

Parlamentar do PL de São Paulo aconselhou ex-colega de Câmara a procurar asilo político em outro país

Pastor, Feliciano integra a bancada do PL na Câmara

O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) aconselhou Deltan Dallagnol (Podemos-PR), de quem foi colega na Câmara dos Deputados, a procurar “asilo político” em outro país. A sugestão de Feliciano foi dada nesta sexta-feira (9), um dia após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar um recurso do ex-procurador em um processo que cobra R$ 2,8 milhões dele e dos também ex-procuradores Rodrigo Janot e João Vicente Beraldo Romão.

As cifras são referentes ao suposto pagamento indevido de diárias e passagens aéreas a procuradores do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) que atuaram na operação Lava-Jato. A decisão foi proferida na quarta-feira (7), um dia após o Parlamento oficializar a cassação de Deltan.

Pelo Twitter, Marco Feliciano disse ter ficado “sensibilizado” com um vídeo gravado por Deltan para protestar contra a decisão do STJ, oriunda de processo iniciado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

“Se meu irmão me pedisse um conselho, eu daria esse: ‘busque asilo político em um país onde a democracia seja plena’. Você tem documentos de sobra para justificar o pedido! Já tomaram seu mandato, irão dilapidar seu patrimônio. Atacarão sua honra e sabe-se Deus mais o que irão fazer! Há um processo de vingança em andamento. E logo depois de você, serão outros”, escreveu o deputado por São Paulo.

Na gravação citada por Feliciano, Deltan diz ser vítima de perseguição política.

“A Justiça Federal já disse que o procedimento do TCU tem evidentes e manifestas ilegalidades, além de indícios de quebra de impessoalidade, ou seja, perseguição política mesmo”, garante.

O caso das passagens aéreas

Em julho de 2020, um grupo de parlamentares e o Ministério Público levaram ao TCU uma denúncia para que o pagamento de diárias e passagens a procuradores da Lava-Jato fosse investigado. Entre eles, Deltan Dallagnol, que chefiava a operação.

Deltan chegou a recorrer do procedimento instaurado pelo TCU. Ele alegou irregularidades na apuração, uma vez que foi apontado como responsável direto por liberar os recursos para arcar com os custos das viagens.

“Estão cobrando de mim o dinheiro gasto para a Lava Jato funcionar. O valor das diárias e passagens para os procuradores virem toda semana trabalhar em Curitiba e recuperar mais de R$ 15 bilhões. Eles estão me cobrando esses valores que foram considerados legais por toda a área técnica do Tribunal de Contas, pelo Ministério Público do Tribunal de Contas, pelo Ministério Público Federal, mas os ministros, a parte política do TCU quer acabar com o patrimônio de quem combateu a corrupção”, falou, no vídeo.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.