O secretário de Assuntos Institucionais e Comunicação Social da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Claudiney Dulim, crê que o poder Executivo municipal tem os votos suficientes para conseguir, na Câmara Municipal, a aprovação do projeto de subsídio às empresas de ônibus. O repasse é a saída defendida pelo prefeito Fuad Noman (PSD) para evitar que o reajuste a R$ 6 da tarifa dos coletivos, definido nesta semana, seja integralmente custeado pelos passageiros.
Nessa quinta-feira (20), Dulim e Fuad participaram de reunião que serviu
“O valor do reajuste da passagem não tem discussão. Já está posto pela Justiça. O que vamos fazer é agilizar e movimentar nossa base na Câmara Municipal para aprovar o subsídio e voltar a passagem a valores menores — R$ 4,50 ou R$5 (por exemplo), vai depender do valor do subsídio que vamos conseguir construir com a Câmara”, disse Dulim, à Itatiaia.
Neste momento, os passageiros precisam desembolsar R$ 4,50 para embarcar nos ônibus belo-horizontinos. O novo valor, de R$ 6, passa a valer no domingo. O reajuste foi definido na quarta-feira (19),
Parte dos vereadores de BH começou a articular a apresentação de Projeto de Resolução (PRE) para anular o decreto de Fuad sobre o reajuste da tarifa. Havia a expectativa de que a proposta fosse protocolada nessa quinta-feira, mas parlamentares que haviam assinado o PRE recuaram, fazendo com que o mínimo de 14 subscrições
“Colher 14 assinaturas para poder propor um projeto de resolução que susta um decreto da prefeitura é uma ação mais difícil com essa base consolidada. Mas a gente vai respeitar o que a Câmara ofertar. Se ela tiver o documento com as 14 assinaturas — e acredito que não tenha — vamos trabalhar a partir dessa realidade”, afirmou Dulim.
Debate sobre contrapartidas pode ser ‘solução’
No ano passado, a Prefeitura de BH recebeu, dos vereadores, autorização para conceder subsídio de R$ 237,5 milhões às empresas. Neste ano, Fuad quer sinal verde para entregar até R$ 476 milhões às concessionárias.
Como mostrou ontem a reportagem, há, nos bastidores da Câmara, quem acredite que a solução para o imbróglio a respeito do valor das tarifas possa ser uma espécie de “meio-termo” entre a sustação do decreto e o subsídio desejado pela PBH.
Assim, para aliviar o bolso dos passageiros, uma possibilidade poderia ser o aval a um repasse às empresas, mas com o compromisso de contrapartidas que tratem de temas como a melhoria da frota de coletivos.
Na próxima semana, representantes do poder Executivo municipal devem conversar com vereadores sobre a situação do transporte. A ideia é agendar uma reunião sobre o tema.