‘Prévia do PIB’ indica desaceleração da economia no terceiro trimestre de 2025

Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) calculado pelo Banco Central voltou a cair no momento em que a economia é desacelerada pela taxa de juros

Banco Central calculou uma queda de 0,2% no IBC-Br em setembro

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) calculado pelo Banco Central registrou uma queda de 0,9% no terceiro trimestre do ano. O indicador, considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), revela a primeira retração da economia no levantamento trimestral desde o 2023, quando no mesmo período houve queda de 0,5%.

Na comparação trimestral, a queda foi impulsionada por um recuo de 4,5% na Agropecuária, seguida pela Indústria (-1%) e pelo setor de Serviços (-0,3%). Em setembro, o IBC-Br registrou um recuo de 0,2% em setembro, alinhado com as expectativas do mercado.

A queda mensal só não foi maior devido à recuperação do agro em setembro, quando houve um avanço de 1,5%. Segundo o economista sênior do Inter, André Valério, o IBC-BR sem a agropecuária teria um recuo de 0,4% no mês.

“Os dados estão em linha com os dados setoriais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que apenas o setor de serviços apresentou alta e, mesmo assim, com indícios de perda de dinamismo tanto pelo lado da demanda quanto na oferta de serviços”, explicou o especialista.

Na quinta-feira (13), o Ministério da Fazenda reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira para 2025 de 2,3% para 2,2%. Os dados foram divulgados pelo boletim macrofiscal da Secretária de Política Econômica (SPE), que manteve a previsão de 2,4% para o próximo ano.

O recuo nos indicadores ocorre no momento em que o Banco Central adota uma política monetária restritiva, com uma taxa básica de juros em 15% ao ano, levando os juros reais para mais de 10%. Com o patamar elevado, a autoridade monetária busca levar a inflação para o centro da meta de 3%.

“O ritmo de atividade seguiu em desaceleração no terceiro trimestre, repercutindo o alto patamar dos juros reais. Essa desaceleração já era esperada, e repercute efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva em vigor”, disse o Ministério da Fazenda.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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