O Índice de
O IBC-BR é considerado uma
Segundo os dados apresentados pelo Banco Central, o IBC-BR reverteu parte da queda de 0,5% na passagem de junho para julho. Porém, a avaliação geral é de que a política monetária contracionista, com a taxa básica de juros em 15% ao ano, começa a desacelerar a atividade econômica de maneira gradual.
Para o economista sênior do banco Inter, André Valério, os resultados reafirmam a tendência de acomodação no crescimento da economia já observado nas últimas leituras. “A economia dá sinais de que a política monetária muito restritiva e o baixo nível de confiança dos empresários têm surtido o efeito no desempenho econômico, mesmo com a política fiscal ainda dando algum suporte, com o pagamento de precatórios no fim de julho”, disse.
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A Indústria recuperou o ritmo perdido em julho com um avanço de 0,8% em agosto, enquanto os Serviços subiram 0,2%. Para os próximos meses, os analistas do Inter esperam que o PIB contraia 0,2% no terceiro trimestre e cresce 2% em 2025, e 1,8% em 2026. “Mesmo com o eventual início da flexibilização da política monetária, que ainda manterá os juros em patamar restritivo ao longo de todo 2026”, completou Valério.
Cenário de Selic estável e desaceleração controlada
Análise da Genial Investimento também ressalta o cenário para uma Selic elevada por período prolongado, enquanto a economia desacelera de maneira ordenada. “O resultado positivo de agosto não deve ser interpretado como um ponto de inflexão da economia para uma possível aceleração na passagem do segundo para o terceiro trimestre, mas sim de confirmação da perspectiva de arrefecimento gradual”, disse o relatório da equipe de macroeconomia.
A Genial ressalta que os dados estão alinhados com os indicadores setoriais do IBGE, que apontam para uma expansão da atividade e reverter as quedas dos meses anteriores. Segundo o relatório, a política monetária restrita vai seguir afetando os setores mais sensíveis ao ciclo econômico, especialmente aqueles que dependem de crédito. A expectativa é que o nível atual dos juros deve ser suficiente para garantir a convergência da inflação, calculada em 5,17%, ao centro da meta de 3%.
“Ainda assim, o descompasso entre as políticas monetária e fiscal permanece como um risco relevante para esse cenário, sobretudo diante da aproximação do ciclo eleitoral, que pode vir acompanhado de maior expansão fiscal. Por ora, mantemos a expectativa de início do ciclo de cortes a partir de março de 2026, com encerramento em 13,0% a.a”, ressalta.