Ouvindo...

Vírus espalhado no WhatsApp pode acessar contas de 26 bancos; saiba se proteger

Estudo da Kaspersky, empresa de cibersegurança, registrou 62 mil tentativas de infecção do vírus no mês de outubro

Vírus é capaz de controlar totalmente o dispositivo

Um novo tipo de vírus está sendo espalhado no WhatsApp Web nos últimos meses. Os criminosos enviam arquivos compactados no formato “.zip” que, ao ser aberto, infecta os aparelhos e permite o acesso a um dos 26 bancos ou seis corretoras de criptomoedas monitoradas.

Chamado de Maverick, o vírus é capaz de controlar totalmente o dispositivo, realizando capturas de tela, monitorando o acesso a sites, registrar o que é digitado e até usar a conta de WhatsApp da vítima para se espalhar. O alerta é de um estudo da Kaspersky, empresa especializada em cibersegurança.

Segundo a Kaspersky, foram registrados o bloqueio de mais de 62 mil tentativas de infecção do vírus no mês de outubro. A empresa ressalta que o novo trojan compartilha um código semelhante ao Coyote, identificado em 2024, além de usar o mesmo mecanismo de criptografia para ocultar a lista de bancos alvos

Segundo Anderson Leite, analista sênior de segurança da Kaspersky na América Latina, o que chama atenção no Maverick é a sofisticação. “A capacidade de se espalhar automaticamente pelo WhatsApp o torna um worm com potencial de crescimento exponencial, elevando o impacto do golpe. É uma das cadeias de infecção mais complexas que já vimos para um trojan bancário”, destacou.

O vírus é capaz de verificar se a vítima está no Brasil, analisando o fuso horário, o idioma e até o formato de data e hora do computador. A infeção prossegue apenas caso as configurações sejam brasileiras. O arquivo malicioso então inicia uma cadeia de infecção complexa que ocorre inteiramente na memória do computador.

Como se proteger

Em nota enviada à Itatiaia, a Meta recomenda aos usuários que, independentemente do serviço de mensagens, só clique em links ou arquivos de pessoas conhecidas e de confiança. A empresa afirma que está trabalhando para tornar o WhatsApp mais seguro para a comunicação privada e, por isso, cria camadas de proteção que oferecem mais contexto sobre as conversas.

Leia também

“A Meta incentiva os usuários a bloquear e denunciar mensagens suspeitas, ativar a verificação em duas etapas para maior segurança e nunca clicar em links nem baixar arquivos de pessoas desconhecidas”, disse a empresa dona do WhatsApp, que também recomenda “pausar, questionar e verificar”, antes de responder uma mensagem suspeita.

A Kaspersky recomenda que os usuários desconfiem de arquivos recebidos pelo WhatsApp, mesmo de contatos conhecidos, especialmente se forem arquivos compactados. A empresa também recomenda evitar o clique em arquivos de atalho .LNK de fontes não confiáveis, utilize uma solução de segurança robusta, e não encaminhe mensagens suspeitas.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.