Bolsa bate recorde pelo segundo dia consecutivo com corte de juros nos EUA no radar

Dados fracos do emprego nos Estados Unidos aumentaram as apostas por um corte de juros na próxima quarta-feira (10)

Bolsa fechou o dia aos 161.755 pontos, com alta de 0,41%

O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de ações brasileiro, renovou o recorde histórico de fechamento com uma alta de 0,41% aos 161.755 pontos, nesta quarta-feira (3), após atingir a máxima intradiária de 161.963 pontos. A sessão repercutiu os novos dados de emprego do setor privado nos Estados Unidos.

O relatório da ADP, mostra que foram fechadas mais vagas do que abertas em novembro, o que reforça uma desaceleração do mercado de trabalho americano. O resultado aumenta a aposta pelo corte de juros do Federal Reserve, o banco dos EUA, na última reunião do ano, marcada para a próxima semana.

De acordo com o instituto, o emprego privado fechou 32 mil vagas no mês passado, a maior queda desde março de 2023. Estimativa de economistas consultados pela Reuters apostavam na abertura de 10 mil vagas de trabalho em novembro.

As dificuldades do mercado de trabalho americano têm sido a principal métrica usada pelos diretores do Fed para cortarem os juros, atualmente fixados em um intervalo de 3,75% a 4% - patamar considerado elevado para a economia americana. A reunião do Fed, inclusive, vai coincidir com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central Brasileiro na próxima quarta-feira (10).

Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, a leitura mais fraca do mercado de trabalho consolidou as apostas por um corte de juros nos EUA. “A percepção de que os juros americanos cairão a um ritmo mais rápido reduziu a rentabilidade dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) e prejudicou a atração de capital externo, enfraquecendo o dólar globalmente”, explicou.

O dólar teve uma sessão de queda global, com investidores realizando o carry trade. A estratégia consiste em pegar empréstimos nos EUA, com uma taxa mais baixa, e levar o dinheiro para economias emergentes onde os recursos podem render mais com os juros elevados.

O dólar caiu 0,3% nesta quarta-feira, cotado a R$ 5,31. O Dólar Index (DXY), índice que compara a moeda americana as principais divisas da economia global, recuou 0,5% no pregão, aos 98.862 pontos.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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