Tarifas e clima: o que impactou o preço do café em novembro?

Preços médios do café registraram forte oscilação ao longo do mês

Médias mensais do Indicador CEPEA/ESALQ apontaram para uma leve alta em ambos os tipos de café

Os preços médios dos cafés arábica e robusta registraram forte oscilação ao longo de novembro, mas, no balanço final do mês, os patamares se mantiveram muito próximos aos observados em outubro. O resultado foi impulsionado por fatores políticos e climáticos, segundo análise de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Isenção de taxas nos EUA moveu cotações

Um dos principais elementos que ditaram a volatilidade dos valores internos do grão foi o cenário de tarifas de importação nos Estados Unidos. Inicialmente, as expectativas de que o café seria excluído da lista de produtos sobretaxados já influenciavam as negociações. O movimento de preços se intensificou a partir do dia 20 de novembro, quando a isenção do grão — e de outros produtos, como a carne da tarifa extra de 40% foi confirmada.

Clima: Brasil e Vietnã no radar

Além do fator regulatório internacional, as condições climáticas em importantes países produtores também reforçaram a oscilação nos preços domésticos. O clima no Brasil e no Vietnã, grandes players globais, manteve os operadores atentos e contribuiu para a variação nas cotações.

Desempenho dos Indicadores CEPEA/ESALQ

Apesar das variações diárias, as médias mensais do Indicador CEPEA/ESALQ apontaram para uma leve alta em ambos os tipos de café:

  • Arábica: o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou novembro com uma média de R$ 2.245,16 por saca de 60 kg. Este valor representa uma alta de apenas 0,5% em relação à média de outubro. Ao longo do mês, o Indicador operou consistentemente entre R$ 2.100 e R$ 2.300, repetindo os mesmos patamares do mês anterior.
  • Robusta: para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, atingiu a média de R$ 1.384,46/sc em novembro, mostrando um avanço ligeiramente maior de 1% frente à média de outubro. O robusta também demonstrou estabilidade de patamares, com valores mínimos e máximos girando nas casas de R$ 1.300/sc e R$ 1.400/sc, semelhantes aos de outubro.

A estabilidade nas médias de preços, portanto, sugere que os fatores de pressão (como o clima) e os de alívio/expectativa (como as tarifas dos EUA) se equilibraram ao longo de novembro, resultando em um mês de preços consolidados, embora internamente voláteis.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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