Governo reduz previsão de crescimento da economia brasileira em 2025

Ministério da Fazenda atualizou as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

Relatório da Fazenda aposta em avanço de 2,2% no PIB

O Ministério da Fazenda reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira para 2025 de 2,3% para 2,2%. Os números foram divulgados, nesta quinta-feira (13), pelo boletim macrofiscal da Secretária de Política Econômica (SPE), que manteve a previsão de 2,4% para o próximo ano.

Segundo a pasta, a revisão está relacionada à menor projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, quando espera um avanço de 0,3% como reflexo do alto patamar da taxa de juros reais.

Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está fixada em 15% ao ano, com o Banco Central adotando uma política monetária restritiva para levar a inflação para o centro da meta de 3%, elevando o custo do crédito e desacelerando a atividade econômica. Como resultado, a taxa de juros reais está em 10%, a segunda maior do mundo.

“O ritmo de atividade seguiu em desaceleração no terceiro trimestre, repercutindo o alto patamar dos juros reais. Essa desaceleração já era esperada, e repercute efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva em vigor”, disse o Ministério da Fazenda.

No balanço setorial, o governo revisou a previsão de crescimento do agronegócio de 8,3% para 9,5%, enquanto para a indústria houve queda de 1,4% para 1,3%. Em relação ao setor de serviços, houve ligeira revisão do PIB para baixo de 2,1% para 1,9%.

Inflação é revisada para baixo

Nas projeções da Fazenda, a estratégia do BC parece dar certo. A pasta também reduziu a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,8% para 4,6%, próximo do teto de 4,5% da meta - considerando o intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p) para mais ou para menos.

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Segundo o governo, essa projeção reflete os efeitos do real mais apreciado, a menor inflação de alimentos e itens indústrias, e o excesso de oferta de bens em escala mundial como reflexo da guerra tarifária do comércio global.

A Fazenda também ressalta que a desaceleração causada já se reflete na queda nas concessões reais de crédito pelas instituições financeiras e o desaquecimento do mercado de trabalho, ainda que a taxa de desemprego siga em patamares historicamente baixos.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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