Banco Central mantém previsão de Selic a 15% por período prolongado

Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) segue com o tom cauteloso em relação aos riscos de alta na inflação

Mercado espera um corte nos juros em janeiro de 2026

O Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta terça-feira (11), indicando que está confiante na estratégia de manter a taxa básica de juros em patamares elevados para levar a inflação para o centro da meta de 3%. O documento manteve a previsão de Selic em 15% ao ano por um “período bastante prolongado”.

Segundo o documento, o momento econômico é de incerteza e exige cautela na política monetária. Entre os principais pontos de risco, o comitê cita o cenário externo com as negociações sobre o tarifaço dos Estados Unidos, e um mercado de trabalho que se mantém dinâmico e com recordes na geração de emprego.

De acordo com o economista sênior do banco Inter, André Valério, a ata do Copom mantém o tom do comunicado divulgado na última quarta-feira (5). Segundo ele, a novidade é a inclusão da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil dentro da análise de risco para a inflação.

“Essas medidas poderiam levar a uma discrepância em relação ao cenário delineado, mas não provocaram divergências relevantes em relação ao que se esperava. Portanto, mesmo com as medidas de estímulo anunciadas, o Copom não vê muito prejuízo para seu cenário prospectivo de garantir a convergência da inflação à meta até o 2º trimestre de 2027”, explicou Valério.

O Inter ressalta a expectativa de que o Copom dê inicio um ciclo de cortes na reunião de janeiro, com um corte de 0,25 pontos. Segundo o economista, a reunião pode indicar a projeção do comitê para um horizonte relevante que indique uma inflação na meta.

“Isso, juntamente com a desaceleração da inflação corrente, maior ancoragem das expectativas e continuidade da desaceleração da atividade, inclusive com a possibilidade de um PIB negativo no 3º trimestre, cria as condições necessárias para o início do ciclo de cortes”, completou André Valério

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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