IPCA: inflação de alimentos estabiliza em outubro e tem menor índice desde 2017

Inflação do Brasil desacelerou de 0,48% em setembro para 0,09% em outubro, menor já registrado para o mês desde 1998

Baixa de outubro foi puxada por arroz e leite

A inflação do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou forte desaceleração em outubro, passando de uma alta de 0,48% em setembro para apenas 0,09% no mês - menor inflação desde 1998 - de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta terça-feira (11).

O grupo Alimentação e Bebidas, que possui o maior peso na composição do indicador, foi um dos motivadores da queda. Após uma sequência de quedas nos meses anteriores, o grupo atingiu praticamente a estabilidade média de preços, variando 0,01% em outubro.

Esse resultado é o menor para um mês de outubro desde 2017 (quando registrou deflação de 0,05%), e contribuiu para que a inflação geral do país freasse.

Movimentos opostos na cesta básica

A estabilidade do grupo, no entanto, é fruto de uma compensação entre a queda dos preços nos supermercados e a aceleração nos estabelecimentos de rua.

Alimentação no domicílio: em queda

A alimentação consumida em casa registrou uma deflação de 0,16%. Entre os itens que aliviaram o bolso do consumidor, destacam-se:

  • Arroz: queda de 2,49%
  • Leite Longa Vida: queda de 1,88%.

Por outro lado, o grupo ainda sentiu a pressão de alguns itens essenciais, como a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%), cujas altas foram insuficientes para reverter a tendência de queda do segmento.

Alimentação fora do domicílio: em alta

O consumo de alimentação fora de casa acelerou e foi o único ponto de pressão do grupo. O subitem saiu de uma variação de 0,11% em setembro para 0,46\% em outubro.

A alta foi puxada tanto por refeições quanto por lanches:

  • Lanche: acelerou de 0,53% para 0,75%
  • Refeição: saiu de deflação de 0,16% e registrou alta de 0,38%

O economista Fernando destacou que a estabilidade dos alimentos, aliada à queda no grupo Habitação, foi crucial para a desaceleração geral. “Isso, aliado à queda no grupo Habitação, contribuíram para a desaceleração observada. A título de ilustração, o resultado do índice de outubro sem considerar o grupo dos alimentos e a energia elétrica ficaria em 0,25%”, explicou o especialista, sublinhando o impacto do setor de alimentos no resultado.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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