O Brasil tem a segunda maior taxa de juros reais do mundo, de acordo com levantamento da MoneYou e Lev Intelligence divulgado nesta quarta-feira (5). O ranking mundial revela que, mesmo com a
Isso ocorre porque, em linhas gerais, os juros reais são obtidos pelo desconto da inflação da taxa básica de juros. No caso, com a inflação em 5,17% no acumulado dos últimos 12 meses, e uma Selic em 15%, os juros reais estão estimados em 9,74%.
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Com a taxa mantida, o que teve um avanço em relação a reunião do Copom de setembro foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação oficial do país acelerou 0,48% em setembro, fazendo com que o acumulado dos últimos 12 meses tivesse uma alta de 0,04 ponto percentual.
De acordo com o levantamento, o
Em seu comunicado desta quarta-feira, o Copom ressaltou que os juros foram mantidos em patamares elevados devido a um ambiente externo incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos. Em relação à inflação, a autoridade monetária afirmou que os dados indicam um arrefecimento, mas o índice de preços se mantém acima da meta de 3%.
“O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, disse o Comitê em comunicado.
Mas qual o impacto dos juros na vida?
A Selic atua como referência para as linhas de crédito. Com os juros elevados, empréstimos bancários ou de outras instituições financeiras ficam mais caros para o público em geral, favorecendo o endividamento. Como consequência, o financiamento de imóveis e veículos também seguem a mesma tendência de alta, dificultando o acesso aos bens de maior valor.
Na mesma esteira, o nível de consumo das famílias deve cair. Isso ocorre porque o crédito tem uma relação direta com o aumento do preço dos produtos e serviços, causando uma redução no poder de compra, uma vez que a dificuldade de financiamento pode fazer os produtores a repassarem os preços.
Por outro lado, a Selic alta favorece os investimentos em renda fixa, uma vez que oferecem remuneração de acordo com a taxa básica de juros. Nesse caso, títulos como tesouro direto, letras de crédito, debêntures e CDBs (Certificado de Depósito Bancário), se tornam mais atrativos no mercado de capitais no longo prazo.