O senador Carlos Viana (Podemos-MG), recém-eleito presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes na Previdência Social, conversou com a imprensa nesta terça-feira (20), e afirmou que os trabalhos começam já na próxima semana com foco em convocações de ministros da Previdência desde o governo Dilma Rousseff e ex-presidentes do INSS. A prioridade, segundo ele, será entender a origem das falhas que permitiram o “rombo bilionário” no sistema.
“Queremos ouvir todos os ministros da Previdência e também os ex-presidentes do INSS. Precisamos entender como esse mecanismo começou, quais foram as falhas e a responsabilidade de cada um. Essa primeira fase é fundamental para esclarecer à sociedade como ocorreu esse roubo absurdo contra os aposentados”, disse Viana.
A CPMI terá duas reuniões semanais, às terças e quintas-feiras, e já votará os primeiros requerimentos para quebra de sigilos e pedido de informações a órgãos como CGU, Polícia Federal e o próprio INSS. O plano de trabalho elaborado pelo relator será apresentado e votado na quinta-feira.
O presidente da CPMI ressaltou que a condução não terá viés político, mas caráter técnico. Ele defendeu convites prévios a autoridades, mas admitiu convocações formais caso haja resistência. “Não aceitaremos que a comissão fique sem respostas. Nosso objetivo é colaborar, mas, se necessário, convocaremos servidores de governos atuais ou passados. A CPMI precisa e terá as respostas que a população espera”, declarou.
Viana também sinalizou que a vice-presidência da comissão será definida apenas na segunda ou terceira semana de atividades, após tentativa de consenso entre situação e oposição. “O mais importante agora é dar início aos trabalhos. Se não houver consenso, vamos ao voto e a escolha da maioria”, explicou.
O senador disse ainda que o principal foco das investigações será a apuração de descontos irregulares no crédito consignado de aposentados, apontando associações e federações suspeitas de desvio. Ele não descartou que nomes de ex-presidentes da República também possam ser chamados, caso os membros da comissão entendam necessário.
“Nosso maior desafio é fugir da polarização política e manter a investigação técnica. Precisamos dar ao povo brasileiro respostas claras sobre o que aconteceu, punir os responsáveis e garantir que novos rombos como esse não se repitam”, concluiu.