O valores estimados da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) serão divulgados publicamente ainda este ano, assim que forem concluídos os estudos contratados pelo governo estadual.
A informação é de Luísa Barreto, presidente da Codemge, que detalhou à reportagem da Itatiaia nesta sexta-feira (31),
A Codemig, subsidiária da Codemge, é considerada o principal ativo do governo de Minas nas negociações para a adesão ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag). O plano do governo Zema é federalizar a empresa e conseguir abater o valor na dívida com a União, que hoje alcança R$ 170 bilhões.
“Estamos finalizando o valuation (processo de determinar o valor de um ativo, como uma empresa, um imóvel ou um título financeiro), que será afetado pelo tempo do contrato. Com a ampliação desse contrato, com todas as melhorias acordadas e a garantia de um fluxo de caixa mais longo, a valorização necessariamente cresce. Vamos ter esse valuation pronto para a adesão ao Propag”, explica Barreto.
Segundo ela, o sigilo em todos os documentos, com valores e dados que não trouxerem dados estratégicos da CBMM, serão tornados públicos em breve. No mês passado,
“O documento da Goldman Sachs, por exemplo, traz uma avaliação sobre as negociações da empresa com a Codemig. Ele tem pontos que não podem ser públicos, já que tratam de planejamentos da CBMM, novas tecnologias que envolvem a produção de ferro-nióbio, os planos de produção, ou seja, informações estratégias da empresa que somos obrigados a manter em sigilo”, diz Barreto.
A presidente da Codemig ressalta, no entanto, que todos os dados foram compartilhados com órgãos de controle do estado. “Não houve falta de transparência, já que os órgõs de controle tiveram acesso. Mas, todos que receberam os documentos, tiveram que assinar termos de confidencialidade. Quanto aos estudos sobre valuation, eles serão divulgados publicamente”, afirma Luísa Barreto.
A presidente da Codemge afirma que as melhorias no contrato já começam a valer a partir de agora, com avanços nas questões de governança, o que garante maior solidez e segurança na relação entre CBMM e Codemig.
Goldman Sachs e Rothschild
Perguntada sobre documentos elaborados pela Goldman Sachs e Rothschild que foram colocados em sigilo no mês passado, Barreto explicou que as empresas fizeram avaliações independentes sobre os benefícios do negócio e as melhores opções para a Codemig. “Não foi feito uma valuation pelo Goldman Sachs, mas avaliações sobre as negociações e os dados serão usados como base para termos o valor da empresa”, explica.
Barreto afirma ainda que um estudo do grupo financeiro foi feito em 2023 e apresentou as melhores opções para a exploração do nióbio em Minas Gerais. “Esse estudo buscou opções para conseguir maior valor no contrato. Foram avaliadas a renovação com a CBMM, abertura de uma concorrência com outras empresas que estivessem interessadas na exploração e até a criação de uma empresa para a exploração. A melhor opção apontada foi a renovação do contrato”, afirma.
Segundo Barreto, por ser líder mundial no mercado do nióbio e deter cerca de 75% do mercado, os estudos apontaram que manter a parceria era o mais benéfico para o estado. “Além de ter um mercado consolidado, a empresa já tem planta instalada. Uma nova empresa teria que começar os investimentos do zero. Então foi apontado que o melhor caminho era manter a parceria”, explicou.
Terras Raras
Tema que desperta interesse de grandes potências do mundo, a exploração de terras raras também está no centro das negociações envolvendo a CBMM e a Codemig. Segundo Luísa Barreto, em 2018 a empresa fez um estudo apontando que a região de Araxá, no Triângulo Mineiro, tem os elementos raros, que podem gerar riquezas no futuro.
“Por questões comerciais, (as terras raras) ainda não são exploradas. Hoje a China domina o mercado e controla os preços, então pode não ser vantajoso a exploração por enquanto, mas é um ativo que, sem dúvida, será importante no futuro. E o novo contrato já prevê a exploração de novos produtos com lucro compartilhado. Ou seja, quando for explorada, teremos lucro também”, diz Barreto.