O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deu mais detalhes nesta quarta-feira sobre
Em entrevista em Brasília, o senador explicou que a decisão vem sendo construída desde que deixou a Presidência do Senado. “Eu tenho uma vida muito regrada e planejada. Sempre entendi que a política seria um período da minha vida, não algo permanente”, afirmou. Ele também descartou disputar qualquer cargo, inclusive o governo de Minas Gerais - possibilidade ventilada por Lula.
Pacheco relatou que o presidente chegou a manifestar o desejo de vê-lo candidato ao governo mineiro, mas que ouviu de volta a reafirmação de que deixará a política após concluir o mandato. Apesar disso, ressaltou que ainda pretende alinhar a decisão com seu grupo político em Minas, incluindo prefeitos e parlamentares aliados, antes de anunciar oficialmente.
A decisão também já estaria alinha com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), que era o principal articulador da campanha para que Pacheco fosse indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu sempre tive uma data de entrada e uma data de saída da política, e o que está acontecendo agora é apenas o cumprimento dessa previsão, que o presidente Davi sempre soube: tive uma carreira muito vitoriosa — fui deputado federal de primeiro mandato, presidi a Comissão de Constituição e Justiça, fui o senador mais votado de Minas, presidi o Senado e o Congresso por duas vezes em um período de grandes desafios, de defesa da democracia, das vacinas e da população na pandemia, além de conduzir reformas importantes, como a tributária e o Propag, que ajudou a solucionar a dívida dos estados, inclusive Minas Gerais”, avaliou Pacheco.
Sem sentimentos
Ontem, a pedido de Davi Alcolubre, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Renan Calheiros (MDB-AL) cancelou uma reunião na qual os senadores discutiriam o projeto de lei que aumenta a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) para fintechs e outras instituições financeiras - tema de total interesse do governo, já que o texto é um complemento da proposta que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais. O movimento foi visto como uma retaliação a decisão de Lula.
À colunista Edilene Lopes, parlamentares chegaram a argumentar, de forma reservada,
Apesar do clima de insatisfação entre senadores com a insistência de Lula na indicação de Jorge Messias (Advogado-geral da União) para o STF, Pacheco minimizou a hipótese de que há um ruído entre o Senado e o Executivo neste momento.