O secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Bacheretti, citou investimentos do Governo do Estado em cidades da metropolitana ao defender que pacientes não venham sempre procurar tratamento em Belo Horizonte. As declarações aconteceram no Fórum de Saúde da Granbel, Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
“A região metropolitana, por estar muito próxima de Belo Horizonte, acabou criando uma dependência muito grande no decorrer dos anos. Então, nosso papel aqui é trazer resolubilidade, ou seja, que os municípios ao redor de Belo Horizonte consigam fazer uma saúde de qualidade na maior parte das doenças”, argumentou Bacheretti.
“O nosso papel é fortalecer BH na alta complexidade. O novo Hospital da FHEMIG, que é o hospital mais moderno do nosso país, é interessante, mas nós também não queremos que os pacientes venham pra cá", defendeu Bacheretti, citando a
O tema é polêmico e vem enfrentando resistência de servidores e militantes da área da saúde,
O secretário explicou porque deseja que os pacientes não venham à Belo Horizonte.
“Vespasiano vai abrir uma hemodiálise. Imagina quatro horas de uma sessão de hemodiálise, mais o deslocamento no trânsito de Belo Horizonte? Pode durar duas, três horas pra ir e pra voltar. Isso é humanização”, argumentou, ao defender que os pacientes façam o tratamento em Vespasiano.
Bacheretti citou como exemplos ações em cinco cidades do colar metropolitano.
“Vespasiano, uma grande cidade do vetor norte, não tem um hospital com um CTI, com um bloco cirúrgico, e nós estamos investindo lá mais de 60 milhões de reais. Lá terá UTI adulto, UTI pediátrica, assim como Lagoa Santa, assim como Pedro Leopoldo crescendo, assim como Contagem que vai ter, por exemplo, alta complexidade da cardiologia. Não tem como um município do tamanho de Contagem depender de transferir para Belo Horizonte. Nós temos Nova Lima, já fizemos conversas com a prefeitura de Nova Lima para fazer mais cirurgias eletivas”, explicou.
Fórum temático da Granbel discute desafios
Este é o segundo encontro consecutivo promovido pela Granbel, entidade criada na década de 1970. Na semana passada, a discussão foi sobre questões jurídicas, fiscais e contábeis. Hoje, foi dia de debate com o secretário de saúde.
Novos encontros estão sendo programados e, entre os participantes previstos, estão o ministro do Tribunal de Contas da União e ex-governador Antônio Anastasia, e o atual presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Durval Ângelo.
“Não adianta a gente pensar numa região metropolitana isolada, em que cada município se considere uma ilha. Então a grande questão nossa é trabalhar de forma integrada”, defendeu João Marcelo Dieguez (CIDADANIA), prefeito de Nova Lima e presidente da GranBel.