Servidores do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) realizaram uma manifestação, nesta terça-feira (30), em frente à unidade, na área hospitalar, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O ato contou também com a presença de membros do sindicato da categoria. No protesto, eles destacaram os dez meses de fechamento do bloco cirúrgico da instituição e reforçaram a necessidade da reabertura com gestão 100% pública.
Conforme acompanhou a Itatiaia, o Governo de Minas tem o objetivo de transformar o HMAL, que hoje completa 78 anos, em uma unidade dedicada exclusivamente à realização de cirurgias eletivas, por meio de uma parceria público-privada.
À Itatiaia, a diretora clínica do Hospital Maria Amélia Lins, Andréa Fontenelle, destacou a importância da unidade.
“A gente atende milhares de pacientes ortopédicos, não só de Belo Horizonte, mas de todo o estado. Infelizmente, é uma visão do estado. De um estado enxuto, onde não se privilegia o que é básico, e a saúde é um dever do estado, a gente tem isso na Constituição”, afirmou ela.
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O representante do Sindsaúde e do Conselho Estadual de Saúde, Renato Barros, explica o que motivou a manifestação e acusa o Governo de Minas de tentar “destruir o SUS”.
“São 78 anos de existência dessa unidade hospitalar. A sanha que vem ocorrendo por parte do governo de tentar privatizar, é tentar destruir o Sistema Único de Saúde (SUS), e isso nós não podemos admitir. Por isso, nós estamos fazendo o ato em defesa dessa unidade, que tem a responsabilidade de formação de pessoal, de atender de porta aberta a toda a população usuária, contra esse desmonte que está sendo orquestrado pelo Governo do Estado. O mais grave que eu vejo de tudo isso é a superlotação que tem ocorrido nesses últimos anos, que tem sobrecarregado o atendimento hospitalar”, apontou Barros.
Durante o ato, os manifestantes cantaram parabéns para o HMAL. Também houve um bolo de festa e balões no local, além de faixas com mensagens de ordem.
Fhemig se posiciona
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) emitiu nota afirmando que “não procede a informação de desmonte do serviço público no Hospital Maria Amélia Lins (HMAL)”.
Segundo a fundação, a “cessão do prédio do HMAL tem como objetivo ampliar a oferta de cirurgias eletivas em Belo Horizonte e na região metropolitana”.
Leia a nota na íntegra:
“A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) esclarece que não procede a informação de desmonte do serviço público no Hospital Maria Amélia Lins (HMAL). É importante destacar que a realização das cirurgias ortopédicas de segundo tempo nunca foi interrompida pela Fhemig, mas transferida para o João XXIII, que tem plena capacidade e estrutura para a realização dos procedimentos.
A cessão do prédio do HMAL tem como objetivo ampliar a oferta de cirurgias eletivas em Belo Horizonte e na região metropolitana, contribuindo para a redução da fila de espera e beneficiando pacientes de toda a rede SUS e não apenas egressos do Hospital João XXIII. Com a parceria, a unidade terá capacidade para realizar cerca de 500 procedimentos cirúrgicos por mês.
Além disso, a Fhemig também abriu recentemente mais seis salas cirúrgicas em hospitais da rede estadual: duas salas no Hospital Júlia Kubitschek, duas no Hospital João XXIII e duas no Hospital Cristiano Machado, em Sabará, reforçando a assistência cirúrgica aos pacientes que aguardam pelo procedimento.”