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Protestos contra tarifas de Trump ao Brasil reúne manifestantes no Centro de BH

Dezenas de pessoas ligadas a sindicatos, movimentos estudantis e sociais ocuparam a Praça Sete de Setembro em defesa da “soberania nacional”

Manifestantes protestaram contra Donald Trump no Centro de Belo Horizonte.

A Praça Sete de Setembro, no Centro de Belo Horizonte, foi palco de um protesto contra as tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O ato, realizado nesta sexta-feira (1º), estava previsto para coincidir com a data em que o “ tarifaço” entraria em vigor, mas o presidente Donald Trump adiou a aplicação das taxas para a próxima quarta-feira (6).

A manifestação, convocada por organizações sociais, sindicatos e também por movimentos estudantis, começou por volta das 17h e ocorre de forma pacífica.

De acordo com a estudante de biomedicina Mayra Alice, integrante da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG), a escolha da Praça Sete como palco da mobilização teve como objetivo aproximar as pessoas de pautas políticas que afetam o Brasil. “É um local com muita movimentação, especialmente neste horário, e é um tema muito recente, está na boca de todo mundo. As pessoas querem saber a opinião de um lado e do outro para poder se posicionar. Então, essa é a oportunidade de os movimentos estudantis e sociais se fazerem presentes para defender a soberania do Brasil”, afirmou à Itatiaia.

Além da manifestação contra as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, os militantes também protestaram pelo fim da jornada de trabalho 6x1 — seis dias de trabalho e um de descanso.

Tarifas de Trump

No último mês, o presidente Donald Trump anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para agosto.

O documento que oficializa as tarifas, assinado por Trump na última quarta-feira (30), afirma que a ordem é justificada por uma “emergência nacional”, em razão de políticas e ações “incomuns” e “extraordinárias” por parte do governo brasileiro, que, segundo o republicano, prejudicam empresas estadunidenses, o direito à liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA, a política externa e a economia do país.

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Trump também menciona o que considera ser “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A posição do governo do presidente Lula (PT) tem sido a de tentar negociar com os Estados Unidos, o que, até o momento, não obteve sucesso.

Nesta sexta-feira, Trump afirmou que Lula pode ligar “a qualquer momento” para discutir as tarifas e declarou, no jardim da Casa Branca, que “ama” os brasileiros, mas que o governo brasileiro “fez a coisa errada”, sem detalhar o que seria.

Atos em todo o Brasil

Além de Belo Horizonte, os protestos contra o “tarifaço” de Trump aconteceram em outras capitais brasileiras nesta sexta-feira.

Movimentos sociais organizaram manifestações no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Manaus, Salvador e Recife.

Jornalista pela UFMG, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já atuou na produção de programas da grade, apuração e na reportagem da Central de Trânsito Itatiaia Emive. Atualmente, contribui como repórter na editoria de política.