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Privatização da Copasa: Tadeu Leite explica próximos passos na ALMG

Presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite (MDB), falou sobre as discussões para adesão ao Propag

Tadeu Martins Leite se posicionou sobre PEC de Zema que quer mudar regras para privatização

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Leite (MDB), afirmou que o projeto do governador Romeu Zema (Novo) para a privatização da Copasa está sendo discutindo com “muita atenção” entre os deputados estaduais mineiros e que o Legislativo vai precisar “fazer escolhas” se optar por avançar com a adesão ao Programa de Pagamento da Dívida dos Estados com a União, o Propag.

Tadeu Leite foi o primeiro entrevistado do podcast Dia a Dia da Política, da colunista Bertha Maakaroun.

Sem consenso sobre a privatização da Cemig, os deputados analisam um projeto que trata da Copasa de forma separada. A proposta será discutida em reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na tarde desta segunda-feira (15).

“O grande avanço do Propag é conseguir pagar as parcelas da dívida sem pagar juros. Como se faz isso? Temos que fazer uma amortização, ou seja, pagar cerca de R$ 34 bilhões ou R$ 36 bilhões. E sabemos que o estado não tem esse recurso hoje. O Propag então trouxe uma inovação que vai servir muito para Minas Gerais, ele traz a oportunidade de que, havendo acordo entre estado e União, seja possível federalizar ativos do estado. Imóveis, ações em empresas, para fazer o abatimento da dívida.

“O governo do estado, dentro do Propag, sugeriu as privatizações de Cemig, Copasa e Codemig para fazer essa amortização.

“Nós já entregamos o projeto que permite a autorização ao Propag, a autorização para usar créditos que o estado teria, já autorizamos a federalização da Codemig e da Codemig, talvez o ativo mais valioso de Minas. Muitos falam que, talvez só a Codemig seria suficiente para alcançarmos os R$ 34 ou R$ 36 bilhões ficarmos livres dos juros. Mas só quem pode fazer essa avaliação é o BNDES, o que ainda não foi feito”, explicou Tadeu Leite.

“Enquanto isso vamos avançando com outros projetos. Essa semana nós tomamos a decisão de tramitar nesse primeiro momento a discussão sobre a privatização da Copasa. O governo federal já demonstrou que não tem interesse na federalização da Copasa, mas é possível aproveitarmos e avançarmos na privatização, pegar o recurso usado na privatização para abater a dívida. Estamos neste momento”, detalha o presidente da ALMG.

Mudança na Constituição

Tadeu Leite explica que a Constituição do estado coloca a necessidade de um referendo como obrigatoriedade para a privatização de estatais. O governo Zema enviou um projeto acabando com a necessidade do referendo para as estatais mineiras, mas após discussão na ALMG, a medida afetaria apenas o processo de venda da Copasa.

“Por que a Copasa? Porque temos vigente no país o marco do saneamento, que obriga a universalização do saneamento no país até 2033. Nós sabemos que Minas está muito aquém da universalização do saneamento. Quantidade de pessoas e prefeitos que chegam do interior na ALMG dizendo: ‘A Copasa cobra água e esgoto, mas só trata a água’. ‘No Jequitinhonha a Copanor está trazendo água que não está tratada’. Temos muitos problemas no interior”, afirmou Tadeu Leite.

“Temos uma escolha a ser feita: ou ficamos no RRF, que é danoso para o estado, ou avançamos com alguma coisa. Não há unanimidade, temos uma oposição fazendo um trabalho legítimo. Nesse primeiro momento é dar andamento à discussão e em um segundo momento discutir, com muita cautela e serenidade, a possibilidade da privatização da Copasa”, diz o deputado.

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