Prefeito de Nova Lima cobra soluções para crise de mobilidade na Grande BH

O prefeito João Marcelo disse acreditar que há “boa vontade” do governo estadual em fazer a pauta avançar, embora as soluções ainda não tenham ocorrido

João Marcelo, prefeito reeleito de Nova Lima.

O prefeito de Nova Lima, João Marcelo (Cidadania), elencou a mobilidade urbana e o déficit habitacional como dois dos maiores gargalos do município, que possui cerca de 111 mil habitantes. Finalizando o quinto ano consecutivo à frente da prefeitura, o chefe do Executivo — que também preside a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel) — afirmou à Itatiaia que a cidade precisa de mais alternativas para “desafogar” o trânsito da Grande BH.

De acordo com ele, um dos exemplos do que tem sido feito como possível solução para parte desse problema é a pavimentação do trecho que liga Nova Lima a Sabará, na MG-437.

A expectativa é que, além de beneficiar os moradores das duas cidades e de municípios vizinhos, a revitalização funcione como rota alternativa para facilitar o acesso à região Leste de Belo Horizonte.

Transporte metropolitano

Na pauta da mobilidade urbana, o prefeito também chamou atenção para o transporte metropolitano e para a falta de integração entre os 34 municípios que compõem a Grande BH. “O Estado [Minas Gerais] é responsável, por exemplo, pelo transporte intermunicipal, mas nós, prefeitos, entendemos a necessidade de integração. O que percebemos hoje é que são sistemas diferentes: o cidadão precisa ter vários cartões para utilizar diferentes ônibus, há sobreposição de rotas”, disse à reportagem.

Segundo ele, como presidente da Granbel, o tema tem sido tratado nas discussões da associação, e há “boa vontade” do secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias de Minas, Pedro Bruno, em avançar. “Esperamos manter esse espírito do governo do Estado para promover uma integração cada vez melhor, gerando qualidade de vida para o cidadão que, muitas vezes, fica preso no trânsito por duas ou três horas”, avaliou.

Balanço do 1º ano de gestão pós-eleições de 2024

Em conversa com a Itatiaia, João Marcelo apresentou um balanço do trabalho retomado a partir de 1º de janeiro de 2025, quando tomou posse como prefeito reeleito de Nova Lima.

De acordo com ele, o primeiro mandato (2020–2024) serviu para realizar “uma série de adequações à legislação”, mas os resultados de projetos estabelecidos “a médio e longo prazo” começaram a aparecer agora.

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Como exemplo, o prefeito citou o processo de Regularização Fundiária Urbana (Reurb) — conjunto de ações determinadas por lei federal para regularizar imóveis irregulares ocupados por famílias em situação de vulnerabilidade social.

Segundo a prefeitura de Nova Lima, atualmente mais de 15 mil títulos de regularização fundiária estão em tramitação, e o próximo passo será a entrega formal das posses. “A Reurb tem um poder muito grande para que esses grupos passem a sentir aquela propriedade como sua e possam financiar, vender e valorizar o imóvel. É um braço importante da política habitacional”, afirmou.

O prefeito também citou avanços na pauta da construção de moradias populares por meio do programa federal Minha Casa, Minha Vida.

Neste ano, após mais de dez anos sem lançar empreendimentos do programa, a prefeitura anunciou, em outubro, a retomada das ações. Segundo a administração municipal, na fase inicial serão construídas mais de 200 unidades habitacionais: 80 apartamentos no bairro Santa Rita, 128 no Campo do Pires e 32 casas sobrepostas em Honório Bicalho.

Rótulo de “cidade dos ricos”

Dados do Censo Demográfico de 2022 sobre Trabalho e Rendimento, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que Nova Lima é o município com o maior rendimento médio mensal do trabalho em todo o Brasil.

Em média, os moradores da cidade recebiam, até 2022, cerca de R$ 6.929 por mês — valor bem superior à média nacional.

No entanto, segundo o prefeito, apesar do rótulo de “cidade dos ricos”, atribuído aos condomínios de luxo instalados no município, Nova Lima ainda enfrenta problemas de desigualdade social. “Aqui temos, por exemplo, mais de 25 mil pessoas atendidas por programas sociais. É um número relevante e demonstra que, assim como em todo o Brasil, os desafios sociais permanecem”, relatou.

De acordo com ele, o Executivo tem utilizado ferramentas para reduzir o número de famílias em situação de extrema pobreza. “Por meio da Lei Orgânica do Município, garantimos a destinação de, no mínimo, 1% da nossa arrecadação para a transferência direta de renda às famílias que se encontram nessa condição, por meio de um programa municipal de transferência de renda, articulado com políticas de desenvolvimento econômico, para que os beneficiários possam se capacitar, se qualificar e sair dessa situação”, explicou.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.

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