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Polícia Federal aponta ‘esquema’ de Jair e Eduardo Bolsonaro para ocultar recursos no exterior

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foram indiciados pela Polícia Federal por coação na ação penal do golpe

Pai e filho são alvos de novo indiciamento da Polícia Federal (PF).

A Polícia Federal (PF) acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), tenham utilizado um “modus operandi” para tentar driblar as autoridades fiscais. Segundo o novo indiciamento, divulgado pela PF nesta quarta-feira (20), pai e filho repassavam dinheiro para as contas bancárias de suas esposas a fim de “dissimular a origem e o destino de recursos financeiros com o intuito de financiamento e suporte das atividades de natureza ilícita do parlamentar [à época] licenciado no exterior”.

Eduardo saiu do Brasil e pediu licença da Câmara dos Deputados em março deste ano e, desde então, está nos Estados Unidos.

De acordo com os investigadores, o ex-presidente transferiu uma quantia de R$ 2 milhões para a conta da esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. No dia seguinte, o valor teria sido transferido para a conta de Heloísa Bolsonaro, esposa de Eduardo.

Segundo a PF, o deputado federal teria utilizado, em mais de uma ocasião, a conta bancária da esposa para “escamotear os valores encaminhados” pelo pai, utilizando-a como conta de passagem, “com a finalidade de evitar possíveis bloqueios em sua própria conta”.

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Os investigadores também apontam que Bolsonaro teria realizado uma série de compras de dólares. A Polícia identificou, ao menos, seis operações de câmbio feitas pelo ex-presidente entre janeiro e julho deste ano. As movimentações foram identificadas por meio da quebra de sigilo bancário de pai e filho.

Eduardo e Jair Bolsonaro foram indiciados pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A decisão foi tomada após a PF concluir as investigações sobre a suposta atuação do deputado em parceria com o governo dos Estados Unidos, liderado pelo ex-presidente Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o Brasil e também contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Casa Branca anunciou, nos últimos meses, uma série de ações contra o Brasil e autoridades brasileiras, incluindo tarifas de 50% sobre importações brasileiras, sob o pretexto de uma suposta relação comercial desigual entre os dois países — o que foi desmentido pelo governo federal — e de uma “caça às bruxas”, supostamente promovida pelo ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro.

Neste processo, Bolsonaro é investigado por enviar valores via Pix para custear a estadia do filho nos Estados Unidos.

Jornalista pela UFMG, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já atuou na produção de programas da grade, apuração e na reportagem da Central de Trânsito Itatiaia Emive. Atualmente, contribui como repórter na editoria de política.